Após um período de elevação que parecia não acabar mais, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou no começo da noite desta quarta-feira (20) um segundo corte seguido na taxa básica de juros do país, de 0,5%. Com isso, a Selic passará dos atuais 13,25% para 12,75%, ainda uma das mais altas do mundo.
Composto por nove membros, entre eles o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um notório bolsonarista, o colegiado do Copom decidiu em unanimidade pelo corte de meio ponto percentual no indicador que serve de base para todas as outras taxas praticadas no Brasil.
Pelo relatório da última reunião do Copom, ocorrida no início de agosto e na qual também ficou definido um corte de 0,5%, a redução anunciada hoje já era espera e não surpreendeu ninguém. O texto da ata do Comitê de Política Monetária já falava de um corte “da mesma magnitude”.
“Em relação ao cenário doméstico, observou-se maior resiliência da atividade econômica do que anteriormente esperado, mas o Copom segue antecipando um cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres”, diz a ata, que sinaliza que mais cortes semelhantes devem seguir ocorrendo nos próximos meses.
Embora uma previsão para a Selic para o fim do ano que vem, por exemplo, seja um mero exercício de futurologia, os principais especialistas do mercado e acadêmicos de Economia acreditam que a taxa básica de juros deve bater entre 9,75% e 9,25% em dezembro de 2024, quando encerraria então seu ciclo de baixas.