Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta quinta-feira (3), o economista Paulo Nogueira Batista Jr. comentou a última reunião do Conselho Nacional de Política Monetária (Copom) que reduziu a Selic de 13,75% para 13,25%. Após forte pressão do governo, da sociedade e até do mercado, Roberto Campos Neto cedeu e finalmente reduziu a taxa básica de juros do Brasil.
Na avaliação do economista, que foi diretor do FMI para o Brasil e também foi vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS, Campos Neto não poderia contrariar os êxitos de Haddad frente à opinião pública.
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"Ele aprovou o arcabouço fiscal, a questão do CARF, aprovou a reforma tributária. Você pode botar defeito nessas três coisas, mas ele teve vitórias. E aí cabia ao Banco Central, de alguma forma, refletir isso na sua condução", afirmou o especialista.
A redução da taxa de juros já era um pedido de associações bancárias, varejistas, industriais e outros setores da economia, que enxergavam na Selic alta um freio para investimentos produtivos.
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Para Paulo Nogueira Batista, o esforço de Haddad frente aos setores mais conservadores da economia deixou Campos Neto sem saída nesta reunião do Copom.
"As agências de risco reconheceram que a Economist reconheceu, então Haddad está tendo um sucesso no mercado financeiro, em Wall Street, na Faria Lima, na mídia nacional e internacional que o Campos Neto não podia continuar desafiando com uma política obstinada, aumentando o juro real", afirmou.
Após meses mantendo a taxa de juros do Brasil em um dos patamares mais altos do mundo, o Banco Central finalmente cedeu. "Houve um surto de sanidade do comando do Banco Central, que é muito bem vindo", completou Batista.
Confira a entrevista completa de Paulo Nogueira Barista Jr. ao Fórum Onze e Meia: