A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou nesta segunda-feira (14) que detectou um “ataque especulativo” de agentes econômicos ligados à indústria dos combustíveis que consiste na formação de estoques de diesel com o intuito de desabastecer o mercado interno. Segundo Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, a principal hipótese é de que revendedores e importadores estejam apostando que a Petrobrás vá subir os preços do diesel nos próximos meses.
“O que pode estar acontecendo são entraves na distribuição e revenda. É possível que revendedores estejam fazendo estoques, apostando que a Petrobrás vá subir o preço. Mas não há qualquer indicação de uma queda nas importações que justifique o desabastecimento”, explica.
Além disso, Bacelar aponta que desde a queda da Política de Preço Paritário Internacional (PPI), no último mês de maio, as refinarias privadas têm reclamado dos preços da Petrobrás.
“Foram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) na tentativa de forçar uma redução nos preços do óleo vendido para elas”, revelou.
Segundo dados da FUP, desde a entrada em vigor do PPI, durante o governo Temer, o número de importadores de combustíveis passou de 100 para mais de 500, enquanto as refinarias diminuíram seu fator de utilização para uma média de 60%.
“Hoje os importadores estão sentindo a Petrobrás aumentando o fator de utilização das refinarias para em média 93%, e a estatal também importa combustível para abastecer o mercado interno”, explica Bacelar sobre as novas práticas da estatal que vão de encontro aos interesses de revendedores e importadores.
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O ataque especulativo também pode ter sido motivado pela alta nos preços internacionais que o petróleo e seus derivados registraram. Nesse contexto, revendedores e importadores não estão contentes com a estratégia da Petrobrás que busca impedir que as variações internacionais afetem o mercado doméstico. Segundo a nota da FUP, “a Petrobrás também tem cumprido integralmente as entregas para as distribuidoras".