ECONOMIA

BC, de Campos Neto, eleva projeção do PIB para 2%, mas cita "desaceleração" para manter Selic alta

Economistas sob a tutela de Campos Neto fazem malabarismo em Relatório Trimestral de Inflação para se anteciparem à manutenção dos absurdos 13,75% de juros mesmo diante dos dados positivos da economia.

Paulo Guedes, Jair Bolsonaro e Roberto Campos Neto.Créditos: Marcos Corrêa/PR
Escrito en ECONOMIA el

À frente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto tem feito malabarismo e inventado argumentos cada vez mais distantes da realidade para manter a taxa Selic em absurdos 13,75% e seguir boicotando o governo Lula.

Em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (29), o BC eleva a estimativa de crescimento da economia de 1,2% para 2%, diante do PIB de 1,9% registrado no primeiro trimestre - muito acima das previsão de analistas do sistema financeiro ouvidos pelo BC no boletim Focus.

"No entanto, a evolução dos setores industrial e de serviços indica que a economia continua desacelerando", diz o relatório do BC, justificando antecipadamente a manutenção da taxa de juros. 

"Manter a taxa de juros estável por período prolongado tem se mostrado adequado para assegurar a convergência da inflação para a meta", diz o mesmo documento.

Porém, ao analisar o quadro inflacionário do país, o próprio BC admite que a situação melhorou. 

"A inflação acumulada em 12 meses recuou para 3,9% em maio, bem abaixo do auge de 12,1% que atingiu em abril de 2022", diz o texto, que cita medidas do governo Bolsonaro para justificar o recuo no índice.

"Parte dessa diminuição da inflação é consequência de diminuições de impostos que ocorreram ano passado e que têm sido parcialmente revertidas", afirma o BC, de forma inacreditável.

Em seguida, os economistas tutelados por Campos Neto voltam a se contradizer. "As projeções de inflação caíram, embora encontrem-se ainda acima das metas", diz o texto, que culpa "a incerteza residual no arcabouço fiscal" para presumir que pode haver "um novo aumento das expectativas de inflação poderiam dificultar o controle da inflação".

Por fim, Campos Neto e sua trupe sinalizam a manutenção da Selic e pedem "paciência e serenidade".

"É preciso paciência e serenidade, relembrando que os próximos passos vão depender da inflação e de suas expectativas e projeções do Copom, assim como da atividade econômica e dos riscos envolvidos", diz o texto.