À frente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto tem feito malabarismo e inventado argumentos cada vez mais distantes da realidade para manter a taxa Selic em absurdos 13,75% e seguir boicotando o governo Lula.
Em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (29), o BC eleva a estimativa de crescimento da economia de 1,2% para 2%, diante do PIB de 1,9% registrado no primeiro trimestre - muito acima das previsão de analistas do sistema financeiro ouvidos pelo BC no boletim Focus.
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"No entanto, a evolução dos setores industrial e de serviços indica que a economia continua desacelerando", diz o relatório do BC, justificando antecipadamente a manutenção da taxa de juros.
"Manter a taxa de juros estável por período prolongado tem se mostrado adequado para assegurar a convergência da inflação para a meta", diz o mesmo documento.
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Porém, ao analisar o quadro inflacionário do país, o próprio BC admite que a situação melhorou.
"A inflação acumulada em 12 meses recuou para 3,9% em maio, bem abaixo do auge de 12,1% que atingiu em abril de 2022", diz o texto, que cita medidas do governo Bolsonaro para justificar o recuo no índice.
"Parte dessa diminuição da inflação é consequência de diminuições de impostos que ocorreram ano passado e que têm sido parcialmente revertidas", afirma o BC, de forma inacreditável.
Em seguida, os economistas tutelados por Campos Neto voltam a se contradizer. "As projeções de inflação caíram, embora encontrem-se ainda acima das metas", diz o texto, que culpa "a incerteza residual no arcabouço fiscal" para presumir que pode haver "um novo aumento das expectativas de inflação poderiam dificultar o controle da inflação".
Por fim, Campos Neto e sua trupe sinalizam a manutenção da Selic e pedem "paciência e serenidade".
"É preciso paciência e serenidade, relembrando que os próximos passos vão depender da inflação e de suas expectativas e projeções do Copom, assim como da atividade econômica e dos riscos envolvidos", diz o texto.