O aviso emitido pela Caixa Econômica Federal (CEF) de que passaria a cobrar por transações Pix das contas de pessoas jurídicas a partir de 19 julho, o que já era previsto publicamente desde meados do ano passado, causou irritação no Palácio do Planalto, que determinou a suspensão da cobrança. A confusão começou após perfis bolsonaristas espalharem massivamente uma fake news repleta de distorções que agitou as redes sociais nos últimos dias.
Habituados a criar factoides e disseminar mentiras em larga escala, a máquina digital do bolsonarismo passou a distribuir um print de uma publicação feita oficialmente pela CEF, com data do ano passado, portanto ainda no governo Bolsonaro, onde a informação sobre a cobrança no ano seguinte seria realizada após 19 de julho. Partindo desse ponto, todo tipo de absurdo foi acrescentado à informação, como cobranças para pessoas físicas, para MEIs e beneficiários de programas sociais.
Desde a eleição da qual saiu derrotado, Jair Bolsonaro (PL) e seus seguidores pulverizam na internet a falaciosa história de que Lula (PT) cobraria pelas transações Pix de pessoas físicas, o que já foi negado dezenas de vezes desde 2022, e o que é inclusive proibido pelo Banco Central. A cobrança de contas de pessoas jurídicas privadas já existe nos demais bancos brasileiros desde a introdução da ferramenta, em novembro de 2020.
Agora, diante da confusão criada propositalmente após a fake news ser espalhada pela extrema direita, a ordem no Palácio do Planalto é esperar o presidente Lula voltar da viagem oficial que faz à Europa para que ele, então, tome uma decisão em relação à medida que já estava prevista no calendário desde a gestão de seu antecessor.