SELIC

Apesar das críticas de Lula, BC mantém taxa de juros em 13,75% ao ano

O anúncio foi feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central; Lula já disse que “vai continuar batendo”

O Banco Central manteve a Selic pela quinta vez seguida.Créditos: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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O presidente Lula (PT) já demonstrou inúmeras vezes seu descontentamento com a forma pela qual o Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), conduz a definição da taxa de juros no país.

Mesmo assim, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu, nesta quarta-feira (22), manter a taxa básica de juros – a Selic – em 13,75% ao ano. Esta foi a quinta vez consecutiva que o banco mantém o índice. Desta forma, o nível de juros segue no maior nível desde dezembro de 2016. Lula já disse que “vai continuar batendo”.

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A inflação de fevereiro foi maior do que o esperado, mesmo longe da meta. Para o final do ano, economistas continuam fazendo projeções elevadas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 12 meses, até aqui está em 5,6%, para uma meta que, em 2023, tem o centro em 3,25% e o teto em 4,75%.

Lula voltou a criticar a postura de Campos Neto à frente do BC, nesta terça (21), e lamentou não poder demitir o economista, que foi alçado ao posto por Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes após a decretação da autonomia da instituição. 

Indagado se poderia demitir o presidente do BC, Lula lamentou que a decisão tenha que passar pelo Senado Federal, onde há poucas chances de que o mandato de Campos Neto seja interrompido.

"Eu não posso demitir porque ele depende muito do Senado", afirmou Lula. Ele sinalizou que não mexerá na autonomia do BC e vai esperar 2024 para trocar o comando da instituição. Campos Neto foi nomeado para a presidência do BC em 2019 e confirmado em 2022 por Bolsonaro, após sanção do projeto que deu autonomia ao banco e mandato de quatro anos ao presidente e diretores.