Chantagem. Foi essa a palavra usada pelas Centrais Sindicais para manifestar indignação e condenar veementemente a suspensão por parte dos bancos da modalidade de crédito consignado para aposentados. A medida foi uma reação à redução das taxas de juros por parte do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS).
De acordo com a nota, “essa atitude dos bancos demonstra que a sede por lucros não tem limites, e é inaceitável que os aposentados e pensionistas sejam prejudicados dessa forma”.
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“O crédito consignado é uma linha de crédito com baixa taxa de inadimplência, e o desconto é em folha, o que torna a operação mais segura e acessível. A suspensão do crédito consignado prejudica, principalmente, os aposentados e pensionistas que precisam de crédito para complementar suas rendas, e que não têm alternativas de crédito”, alerta a nota.
As Centrais Sindicais ainda cobram do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “a utilização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para garantir as linhas de crédito para os aposentados e pensionistas que precisarem com as novas taxas em vigência”.
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Íntegra da nota das Centrais Sindicais
Suspensão do consignado para aposentados – As Centrais Sindicais manifestam sua indignação e condenam veementemente a chantagem dos bancos de suspenderem a modalidade de crédito consignado para aposentados, após a redução das taxas por parte do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS).
Essa atitude dos bancos demonstra que a sede por lucros não tem limites, e é inaceitável que os aposentados e pensionistas sejam prejudicados dessa forma.
O crédito consignado é uma linha de crédito com baixa taxa de inadimplência, e o desconto é em folha, o que torna a operação mais segura e acessível. A suspensão do crédito consignado prejudica, principalmente, os aposentados e pensionistas que precisam de crédito para complementar suas rendas, e que não têm alternativas de crédito.
Diante dessa situação, as Centrais Sindicais cobram do Governo a utilização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para garantir as linhas de crédito para os aposentados e pensionistas que precisarem com as novas taxas em vigência.
É necessário que o Estado assuma sua responsabilidade social e garanta o acesso para aposentados e pensionistas. E não ceda aos melindres de um grupo de bancos que não aceitam diminuir seus lucros em tempos tão difíceis para o povo brasileiro.
Nos últimos 4 anos, os bancos lucraram 338,5 bilhões de reais, quase 100 bilhões só no último ano, enquanto 33 milhões de brasileiros estavam ao relento na fila do osso. Os mesmos bancos que hoje viram as costas para aqueles que tanto contribuíram para o país são os mesmos que lideram as denúncias de assédio bancário com insistentes ofertas de crédito para aposentados.
A decisão do CNPS e do Ministro Carlos Lupi está de acordo com os anseios da população que foram às urnas para derrotar as medidas antipovo que tomaram conta do Brasil nos últimos anos. É preciso que o Governo atue de forma firme e efetiva para garantir os direitos da classe trabalhadora, e não ceda aos interesses dos bancos e do mercado financeiro.
Por fim, as Centrais Sindicais unidas convocam a classe trabalhadora para os atos pela redução da taxa de juros e pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros. Não aos abusos dos bancos! Sim à garantia do acesso ao crédito para aposentados e pensionistas!
Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
A redução dos juros
Logo após o Conselho Nacional de Previdência Social aprovar nesta segunda-feira (13), a queda dos juros de 2,14% ao mês para 1,70% no teto do empréstimo consignado do INSS, vários bancos suspenderam suas operações na modalidade.
Na lista estão instituições como Bradesco, Itaú, Pan, Banco Mercantil do Brasil, C6 Bank e Daycoval. Bancos públicos como Caixa e Banco do Brasil também suspenderam suas operações de empréstimo na modalidade.
O que diz a Febraban
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou comunicado nesta semana em que apontava preocupação com o caso. "Os patamares de juros fixados não suportam a estrutura de custos do produto e os novos tetos têm elevado risco de reduzir a oferta do crédito consignado, levando um público, carente de opções de crédito acessível, a produtos que possuem em sua estrutura taxas mais caras (produtos sem garantias), pois uma parte considerável já está negativada".
Bancos de pequeno e médio porte
A ABBC (Associação Brasileira de Bancos), que representa os bancos de pequeno e médio porte, também divulgou comunicado:
"A redução traz riscos à continuidade das suas atuações nesta operação com a implementação dos novos tetos, o que poderá resultar em concentração de mercado em poucos bancos, prejudicando a concorrência na prestação de serviços ao aposentado, em especial para o público não-bancarizado", disse a ABBC.