Comandado por Aloizio Mercadante, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmou um contrato inédito com o MapBiomas, rede que monitora o desmatamento em todo o Brasil, para detectar, notificar e bloquear imediatamente o financiamento feito pela instituição a ruralistas flagrados desmatando áreas ilegais ou além do permitido.
Na parceria, o MapBiomas, que monitora via satélite o território brasileiro, emite um alerta ao constatar a área irregular de desmatamento e envia para o BNDES, responsável por avalizar os recursos para os agentes financeiros que liberam o crédito rural.
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Caso seja detectada a irregularidade, o BNDES informa a instituição para bloqueio imediato do financiamento.
"A gente cruza essas informações também com a base de dados de autorizações de desmatamento que tem no Ibama. Então, através desse cruzamento, a gente sabe se teve ou não autorização e também a gente avalia se ele está sob alguma área protegida. A gente produz um laudo que identifica uma imagem antes e depois do desmatamento e faz todos os cruzamentos para a gente saber em que propriedade que houve o desmatamento, se está em área protegida”, explicou Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, ao Jornal Nacional.
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Em operação há cerca de um mês, o sistema já bloqueou recursos para 58 proprietários rurais que teriam realizado desmatamento ilegal e foram multados. Apenas 3 deles recorreram, apresentando licenças estaduais para a ação.
No total, as multas aplicadas chegam a R$ 25 milhões, que representa menos 1% dos recursos liberados pelo BNDES em crédito rural no mês de fevereiro.
"A tecnologia é o caminho para a gente construir boas práticas, melhorar a eficiência do Estado e responder essas demandas inadiáveis da sustentabilidade ambiental. Evidente que os empresários do campo, do agronegócio, são muito importantes para o Brasil e são muito modernos, competitivos, geram divisas. Mas não pode mais ter nenhuma complacência com quem desmata, destrói o meio ambiente e compromete o futuro da humanidade”, disse Aloizio Mercadante ao JN.
Com mais de R$ 6 milhões, Tocantins lidera o ranking dos créditos suspensos por desmatamento, seguido do Pará, com R$ 3,6 milhões, Rondônia, com R$ 3,1 milhões e Minas Gerais, com R4 2,3 milhões. Produtores rurais de outros 10 estados também tiveram créditos suspensos pela mecanismo.