Em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta terça-feira (14), o economista e professor da PUC Ladislau Dowbor fez uma análise sobre a economia global. A partir da falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank nos EUA, o especialista avaliou os riscos de uma crise mundial e as motivações por trás da possível quebradeiro.
A principal crítica do professor da PUC-SP recai sob o sistema financeiro: "Ele se desgarrou da sua utilidade social. Ele se tornou um dreno ao invés de um fomentador”. Mas o que isso significa?
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Nas palavras do professor, em um estágio anterior de nossa história, os bancos guardavam a poupança de seus clientes e emprestavam para que empresários investissem em produção. Hoje, devido a uma série de mecanismos, a financeirização permitiu que os investimentos não fossem produtivos.
Isso gera o sistema de alavancagem: o banco empresta dinheiro que não tem. Assim, ele recebe juros de dinheiro que nunca teve. Estranho, né? Mas foi isso, de forma resumida, que causou a quebra do Lehmann Brothers em 2008. 15 anos depois, o mesmo espectro segue rondando a Wall Street.
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Mas a falência do SVB não dá certeza da quebradeira. “Não se sabe se haverá meltdown. O futuro a gente não sabe. O principal é: esse sistema é extremamente inseguro e instável. O pior é: ao invés de investir na produção, o sistema financia especuladores”, completou Dowbor.
Taxa de juros alta piora a situação
Durante sua fala, Dowbor ressaltou o papel do sistema bancário nessas crises. Ele ressaltou que a falta de investimentos produtivos no Brasil está diretamente ligada à taxa de juros do BC. E a culpa é de quem? “O oligopólio dos bancos, que detêm praticamente 85% do sistema de crédito", explicou.
O professor mostrou que a taxa de juros brasileira facilita o enriquecimento de bilionários, que investem em títulos da dívida e conseguem rendimentos altos sem investir em produção.
A aula do professor Ladislau Dowbor está disponível no Fórum Onze e Meia: