ECONOMIA

IPCA-15: prévia coloca inflação dentro da meta e mostra que "mercado" errou na projeção

Após Lula assumir a Presidência, agentes do sistema financeiro elevaram a projeção da inflação para 5,31%, enquanto previa um Produto Interno Bruto (PIB) de parco 0,8% para 2023. Erraram em ambas as estimativas.

Fernando Haddad e Lula no programa Conversa com o Presidente.Créditos: Ricardo Stuckert/PR
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Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que, mais uma vez, o "mercado" errou nas projeções econômicas do primeiro ano do governo Lula.

Em janeiro, um dia após o petista assumir seu terceiro mandato, o boletim Focus do Banco Central, elaborado com as estimativas de agentes do sistema financeiro, subiu a projeção de inflação para o Brasil para 5,31%, enquanto previa um Produto Interno Bruto (PIB) de parco 0,8% para 2023.

O PIB, segundo projeções do governo, deve fechar em 3%. Já a inflação, segundo o IBGE ficará dentro da meta de 3,25% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo - Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Dados do IPCA, que funciona como prévia da inflação, mostram que a alta dos preços deve bater 4,72%, abaixo do teto da meta e da projeção inicial do mercado para o primeiro ano do governo.  É a menor variação em três anos, desde 2020 (4,23%). O índice havia subido 10,42% em 2021 e 5,90% em 2022.

Segundo o IBGE, a prévia da inflação ficou em 0,40% em dezembro, 0,07 ponto percentual maior que a de novembro, quando variou 0,33%. Em dezembro de 2022, ainda sob o governo Jair Bolsonaro (PL0, o IPCA-15 registrou alta de 0,52%, enquanto no acumulado do ano de 2022, a prévia da inflação havia sido de 5,90%.

Transportes

Dos nove setores pesquisados, a maior alta se deu nos preços dos transportes (0,77%), em especial nas passagens aéreas, que subiram 9,02% com a demanda de final de ano. 

Por outro lado, a política da Petrobras derrubou o preço dos combustíveis, em especial do diesel, com queda de 0,75%.

A queda no preço do óleo, usado principalmente na indústria logística, ajudou a derrubar o preço dos alimentos, que fecharam o ano em queda - de 2,4% - pela primeira vez desde 2017.

Entre novembro e dezembro, o grupo alimentação e bebidas registrou leve alta, de 0,54%, influenciada, em grande parte, pela alta em itens básicos na alimentação das famílias, como a cebola (10,63%), a batata-inglesa (10,32%), o arroz (5,46%) e as carnes (0,65%). Por outro lado, o tomate (-7,95%) e o leite longa vida (-1,91%) caíram de preços.