O novo aumento de 19% no preço do diesel, que chega às bombas nesta terça-feira (10), já equipara o preço do combustível usado em grande parte por caminhões de transporte no setor de logística ao da gasolina em algumas regiões do país.
Na região de Jaru, no interior de Rondônia, o litro do diesel é comercializado entre R$ 7,46 e 7,49, mesmo valor cobrado pelo litro de gasolina. A Petrobras passa a cobrar R$ 4,91 o litro, um aumento de 40 centavos.
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Somente nos últimos dois meses, o diesel teve um aumento de 36%. O efeito cascata na economia é imediato, com o repasse do reajuste do frete aos consumidores principalmente no setor de alimentação.
Considerando os valores dos últimos 12 meses (de junho de 2021 até maio de 2022), o diesel já acumula uma alta de 80,9%, muito acima da inflação do período, que gira em torno de 12%.
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Outro impacto é nos transportes públicos. Após o anúncio do novo aumento, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (ANTU) afirmou que as tarifas devem aumentar 15,4%.
Revolta
O aumento provocou nova revolta entre os caminhoneiros, que reclamam do impacto do preço do diesel nas contas dos transportes.
"Não podemos ficar quietos, eu conheço e sei o quanto vai impactar na mesa do trabalhador no final", disse em vídeo Wallace Landim, conhecido como Chorão, que comanda a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava).
"Na última fala do presidente (Bolsonaro), ele começou a entender que precisa realmente mexer no preço da paridade da importação. Uma estatal que teve um aumento de lucro de 3.400% no trimestre", emendou com críticas á política de reajustes da Petrobras adotada por Michel Temer (MDB) e mantida por Bolsonaro.
O Planalto já escalou interlocutores para amenizar o novo aumento na categoria, um dos principais alicerces de Bolsonaro nas eleições de 2018.
No entanto, com o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) fora do governo para disputar as eleições em São Paulo, a tarefa deve ser ainda mais árdua.
A Associação Brasileira de Importadoras de Combustíveis (Abicom), no entanto, afirma que aumento é insuficiente e quer mais 11% de reajuste para cobrir a "defasagem".
"Os preços estavam defasados há 60 dias. Muitas empresas deixaram de importar. Por isso, pode haver falta de combustível pontual em postos de bandeira branca. Por outro lado, não acredito em falta de combustível, pois Petrobras e as outras grandes distribuidoras vêm aumentando as importações", disse Sérgio Araujo, presidente da Abicom.
A associação ainda pressiona por aumento de 19% no preço da gasolina, que daria um acréscimo de R$ 0,93 por litro.