O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou o aumento de 1% na taxa básica de juros, a Selic, elevando o indicador para 11,75% ao ano. A decisão marca uma redução no ritmo de subida do indicador, que nas três últimas reuniões do órgão cresceu 1,5% em cada aumento. A maior parte dos analistas financeiros e economistas esperavam exatamente essa elevação, ainda que o cenário de inflação crescente e descontrolada tenha levado parte do mercado a acreditar num novo aumento de 1,5%, como nas atas anteriores.
Em vias gerais, o aumento da Selic resulta numa desaceleração da economia, inibindo investimentos e restringindo consumo e crédito. O aumento da taxa básica de juros pode ser interessante em contextos onde a inflação esteja abaixo da meta, uma vez que a subida deste índice normalmente é um mecanismo acionado para conter inflações ascendentes ou descontroladas.
No caso do governo de Jair Bolsonaro, a desorganização total da economia e os resultados pífios atingidos pelo ultraliberal Paulo Guedes, ministro da Economia, aliado a um cenário de retração praticamente crônica, com queda no consumo, perda acentuada de renda e inflação descontrolada, com dólar nas alturas, fez com que a política da Selic baixíssima, inaugurado por Michel Temer e que chegou a 2% a.a., fosse por água abaixo, obrigando o Comitê de Política Monetária a elevar seguidas vezes a taxa, que deve subir ainda mais este ano.