A produção industrial nacional caiu 1,3 em julho frente a junho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 1,5%.
Entre as atividades industriais com pior resultado, destaque para a de bebidas (-10,2%); produtos alimentícios (-1,8%); o setor de automóveis também apresentou recuo com -2,8%; máquinas e equipamentos (-4,0); outros equipamentos de transporte (-15,6%) e indústrias extrativas com recuo de -1,2%.
Também registraram quedas o setor de bens de consumo duráveis (-2,7%) e bens intermediários (-0,6%).
O levantamento do IBGE também mostra que a média móvel trimestral da indústria mostrou variação negativa de 0,1%.
PIB tem queda de 0,1% em relação ao primeiro trimestre
O Produto Interno Brasileiro (PIB) apresentou queda de 0,1% no segundo trimestre deste ano na comparação com os últimos três meses de 2020, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (1).
A projeção do mercada trabalhava com a possibilidade de uma alta de 0,2% na comparação trimestral e de 12,7% na anual.
Próximo trimestre pode ser ainda pior, diz Márcio Pochmann
Em entrevista à Fórum, o economista e professor da Unicamp (Universidade de Campinas) Márcio Pochmann comentou o resultado do PIB e afirmou que ele reflete a ausência de uma equipe econômica no governo federal e que hoje a economia brasileira é uma “fazenda”.
“Os dados do IBGE já têm a dimensão do fazendão em que se transforma a economia brasileira, porque o desempenho da economia passa a depender do desempenho do agronegócio”, analisa Pochmann.
Pochmann também comenta sobre a crise hídrica do Brasil, compara com os governos de FHC (1994-2002) e afirma que o próximo trimestre pode ser ainda pior. “As informações apontam que em outubro o país pode parar porque não vai ter energia. A solução que o governo encontra é a solução do mercado: aumenta o valor da energia, como se o mercado por si só organizasse a atividade econômica. Se isso se confirmar, nós teremos um trimestre muito ruim, o quarto trimestre pode ser muito ruim”, alerta o economista.