Bolsa brasileira teve um dos piores desempenhos do mundo em 2021, aponta ranking

Queda da Ibovespa acompanha recessão da economia brasileira; os negócios dos ruralistas sofreram um tombo de 8%

Bolsa brasileira registra um dos piores desempenhos do mundo/Foto: B3
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De acordo com levantamento feito pela agência de risco Austin Rating, a bolsa de valores de São Paulo, a B3, registrou o segundo pior desempenho do mundo em 2021.

A pesquisa feita pela agência comparou a variação de 79 índices internacionais em bolsas de 78 países no acumulado do ano até o fechamento de novembro.

Dessa maneira, a pesquisa revela que o Ibovespa segue na contramão da tendência global dos mercados acionários.

Dos 79 índices analisados, apenas 9 acumulam perdas no ano.

A mediana das variações das bolsas ao redor mundo nos 11 primeiros meses do ano foi de uma alta de 13,6%. Já a bolsa brasileira registrou baixa de -14,4%.

O índice brasileiro só não foi pior do que o IBC da Venezuela, que registrou -99,5%.

Além do Brasil e da Venezuela, os índices que registram perdas são HSI Hong Kong (-13,8%), MSE Malta (-9,1%), KLCI Malásia (-7%), NZX ALL Nova Zelândia (-4,9%), FTSE Colômbia (-3,8%), S&P/BVL Peru (-2%) e KOSPI Coreia do Sul (-1,2%).

PIB encolhe 0,1% e Brasil entra em recessão técnica

A propalada “recuperação em V” da economia não passou de mais uma mentira de Paulo Guedes e do governo Jair Bolsonaro (PSL). Dados divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram um encolhimento de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre.

Com a segunda queda trimestral no PIB – no segundo trimestre também houve recuo de 0,1% -, o Brasil entra em recessão técnica, enquanto a maioria dos países do mundo retomam o crescimento após a atenuação da pandemia do coronavírus.

A recessão técnica é quando um país acumula queda no PIB por dois trimestres seguidos. No primeiro trimestre de 2021, houve um crescimento de 1,2%, o que fez Guedes anunciar a “retomada em V” da economia.

Mesmo com os números do segundo trimestre mostrando o contrário, o ministro da Economia insistiu na tese.

Diziam que eu estava em universo paralelo quando eu dizia que Brasil ia voltar em V. (…) A economia voltou em V, estamos crescendo novamente. Hoje saiu um dado [PIB], é praticamente de lado. Como foi -0,05%, arredondou para -0,1%. Se fosse -0,04% era zero”, disse em setembro, após divulgação dos dados.

Agronegócio sofreu tombo de 8% e puxou PIB para baixo


Base de sustentação do governo Jair Bolsonaro, os negócios dos ruralistas sofreram um tombo de 8% – o maior entre todos os setores – o que puxou a queda do PIB.

O setor de serviços cresceu 1,1%, o que segurou a economia. Já a indústria andou de lado, com 0% de oscilação em relação ao trimestre anterior.

Entre as atividades industriais, houve quedas de 1,1% em Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 1,0% nas Indústrias de transformação e de 0,4% nas Indústrias extrativas. Apenas a Construção (3,9%) apresentou crescimento.

Nos Serviços, registraram alta: Outras atividades de serviços (4,4%), Informação e comunicação (2,4%), Transporte, armazenagem e correio (1,2%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,8%). As Atividades imobiliárias (0,0%) ficaram estáveis, ao passo que houve variações negativas em Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,5%) e Comércio (-0,4%).

Com informações do G1