Com a economia em frangalhos e milhares passando fome, o relator do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), apresentou nesta segunda-feira (20) um texto que prevê aumentar o salário mínimo dos atuais R$ 1.100 para R$ 1.210 no próximo ano. O valor é R$ 41,44 maior que os R$ 1.169 estimados pelo governo em agosto.
A proposta ainda precisa passar pela comissão da Câmara dos Deputados e, depois disso, pelo plenário. De acordo com o relator, o aumento se deve à disparada da inflação nos últimos meses.
Um dos principais líderes do Congresso, Leal é aliado de Jair Bolsonaro (PL). Pesquisas recentes mostram que o atual presidente tem perdido cada vez mais intenções de votos para 2022, inclusive de apoiadores de longa data, como os evangélicos.
Levantamento do Ipespe divulgado nesta segunda-feira (20), por exemplo, confirma a liderança do ex-presidente Lula (PT) e afirma ainda que 62% não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro e que 65% já definiram a escolha.
Salário mínimo não repôs inflação
No ano passado e neste ano, o salário mínimo passou o mês de janeiro com um reajuste que não chegou a repor a inflação. Os reajustes concedidos por Bolsonaro ao piso nacional no final de 2019 e 2020 não alcançaram o INPC, que é uma medida de inflação apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para famílias com renda de até 20 mínimos.
No final do ano passado, Bolsonaro anunciou que o salário mínimo seria elevado para R$ 1.100, reajuste de 5,26%. No dia 12 de janeiro, o IBGE divulgou que o INPC de 2021 tinha sido 5,45%. Para repor a inflação integralmente, o piso nacional deveria ser R$ 1.101,95, mas ficou em R$ 1.100.