Uma família composta por um homem e duas mulheres, o chamado "trisal" - "casal" com três pessoas -, obteve na Justiça o direito de registrar o filho, de 1 ano e 11 meses, com o nome do pai e de duas mães.
Na sentença, divulgada na terça-feira (5), o juiz André Luiz da Silva da Cunha, da 1º Vara Cível de Bragança Paulista, diz que "o reconhecimento da parentalidade socioafetiva encontra amparo no Código Civil".
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"Cumpre ressaltar que, como bem pontuado pelo Ministério Público, os documentos demonstram que Priscila acompanhou a gestação e nascimento da criança, convive diariamente com ela e acompanha e participa do seu desenvolvimento, exercendo, assim, as funções inerentes à maternidade. Diante desse cenário, não há razão para negar o reconhecimento da maternidade socioafetiva”, declarou o juiz.
O trisal, que tem mais de 100 mil seguidores no Instagram, é formado por Regiane Gabarra, Priscila Machado e Marcel Mira.
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Regiane se juntou ao casal, que já tinha 3 filhos, há cinco anos. Em 2021, eles planejaram nova gravidez, com a integrante mais nova da família.
O menino, Pierre, nasceu em 16 de abril de 2022 e até esta terça-feira tinha no registro apenas o nome dos pais biológicos: Marcel e Regiane.
"Feliz Dia Internacional da Mulher com esta notícia", comemorou a família nas redes sociais, divulgando notícia sobre a decisão judicial.
Em entrevista ao portal G1, Priscila, que não tinha até então o nome no registro de Pierre, deu um depoimento emocionante.
“Não tem como segurar a emoção, era um grito que estava preso na garganta, mas agora posso falar que sim, eu sou mãe dele. É emocionante, é como se encerrasse um ciclo, é um grito para o mundo de que é possível sim ser filho de uma mãe que não gerou ele, mas que dá carinho e educação. O amor é mais forte que o sangue, vence todas as barreiras”, afirmou.