Em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, a chamada "Casa da Morte", um centro clandestino de torturas e assassinatos de presos políticos durante a ditadura militar (1964-1985) será transformada em um memorial de Liberdade, Verdade e Justiça através da parceria entre a prefeitura da cidade e o governo federal.
Nesta segunda-feira (23), mais um passo para essa transformação foi dado pela prefeitura, que depositou o valor de R$ 1,4 milhão repassado pelo governo federal, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), para a desapropriação do imóvel.
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“A transformação da 'Casa da Morte' em um memorial não apenas honra a memória dos que ali passaram, como também colabora para que a cidade de Petrópolis continue sua caminhada compromissada com os valores democráticos”, afirmou o chefe da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade (ADMV), Nilmário Miranda.
Histórico da Casa da Morte
Durante a ditadura militar, a "Casa da Morte" foi utilizada como um dos principais centros de tortura e assassinatos de presos políticos. Não se sabe ao certo o número de pessoas levadas ao local, que foi descoberto somente por causa de relatos da única sobrevivente: Inês Etienne Romeu. A militante foi sequestrada em 1971 e ficou presa por mais de três meses no local. Ela faleceu em 2015.
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“Aqui na Assessoria, nos guiamos pela máxima de que, sem memória, não há futuro. Por isso, a transformação de um local de tamanha relevância histórica em um memorial representa mais um passo na construção de um amanhã pautado no fortalecimento da nossa democracia e no compromisso com o que nunca mais deve se repetir”, completa Miranda.
Os próximos passos para a criação do memorial dependem da decisão judicial em favor da desapropriação e a efetivação de estudos para a implementação do local.
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