A Defensoria Pública do Paraná (DPE-PR) fez um pedido formal para que o TikTok e o Google retirem do ar um vídeo em que o comediante português, Hugo Soares, faz “piada” preconceituosa sobre a nova versão da boneca Barbie com Síndrome de Down. A solicitação foi feita depois da denúncia de 12 famílias do estado.
No vídeo, Soares diz que uma nova versão da boneca, que representa meninas e mulheres com Síndrome de Down, não é uma ideia “original”, porque “os chineses já vendem bonecas com defeito”.
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A Defensoria denunciou que o vídeo viola a Constituição Federal, a Convenção Sobre Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão.
“O discurso de ódio, sobretudo nas redes sociais, esse tipo de vídeo só fomenta esse tipo de situação, coloca essas pessoas num lugar de maior vulnerabilidade e exclusão. Isso não pode ser tolerado numa sociedade”, apontou a defensora Camille da Costa.
O órgão acionou extrajudicialmente as plataformas para que o vídeo seja retirado do ar. Caso as empresas não respondam, a Defensoria vai formalizar o caso judicialmente, pedindo, além da retirada, indenização por danos morais coletivos.
Durante o mês de abril, o governo Lula (PT) e Portugal assinaram acordos bilaterais que envolvem vários temas, como boas práticas na promoção e defesa dos direitos das pessoas com deficiência (PCDs).
Comediante reforça preconceito e diz que foi uma “excelente piada”
Hugo Soares afirmou que o comentário foi uma “excelente piada” e que fazia a apresentação em um show de comédia em uma noite de “humor negro" (mais uma manifestação preconceituosa), em um bar de Portugal.
“Eu sou comediante e tudo o que faço em palco e nas redes sociais é comédia. O meu público e os meus seguidores sabem disso e como não são ignorantes sabem que o que eu digo é piada e não a minha opinião. Uma das características do exercício da comédia é o absurdo e é com isso que trabalho. As pessoas riem do absurdo de eu dizer ‘bonecas com defeito’ e não das pessoas com Trissomia 21. Não me arrependo e não peço desculpa. É o meu trabalho”, disse, em entrevista ao G1.