Danillo Félix Vicente de Oliveira foi preso em 2020 acusado de roubo. A principal evidência foi o fato de uma testemunha o ter reconhecido em um livro de 'suspeitos' guardado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
O educador ficou preso durante dois meses e foi inocentado pela Justiça no caso. Na audiência de custódia, a vítima de roubo afirmou que ele era inocente.
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Agora, ele é acusado por um roubo realizado na mesma região, na mesma época. O rosto de Danillo seguiu no 'livro de suspeitos' e ele foi novamente acusado de roubo majorado.
“A dinâmica é a mesma. Parece que no mesmo dia essa pessoa [o verdadeiro ladrão] cometeu outros assaltos. Os processos são os mesmos, a juíza é a mesma, a vara é a mesma. Eu já fui julgado. Para que eu vou passar por outra audiência novamente?”, questionou o jovem em entrevista à Globo.
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"Isso não é racismo?"
“[Sou] um jovem negro de classe baixa, morador de comunidade. Não tem prova nenhuma para me prenderem, e me prenderam. Isso não é racismo? Óbvio que é. Não de uma pessoa específica, mas do Estado, desse Brasil completo”, completou o jovem.
A entidade Instituto de Defesa da População Negra assumiu a defesa do jovem, de acordo com informações do G1. “Esse trâmite jamais deveria ter ocorrido, a fotografia não poderia nem sequer estar nesse álbum para poder dar suporte à formação da denúncia. Então, tudo que veio posteriormente é nulo, porque se baseou num procedimento ilegal na sua gênese”, explicou o advogado Djeff Amadeus.
A Polícia Civil afirmou que tirou o rosto de Danillo do livro de suspeitos. Já o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), responsável pela acusação, disse que Danillo foi denunciado com base no registro de ocorrência da delegacia. O TJ do Rio confirmou o processo contra o jovem.