A Polícia Civil do Rio de Janeiro destruiu, na tarde desta quarta-feira (11), um memorial em homenagem às 28 vítimas, entre elas um policial, da Chacina do Jacarezinho, na Zona Norte da capital fluminense.
Inaugurado no dia 6 de maio, quando o massacre completou um ano, o memorial foi uma iniciativa de moradores da comunidade, amigos e familiares dos mortos naquela que é considerada a operação policial mais letal da história do Rio.
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A intervenção policial que resultou nas 28 mortes, justificada sob o pretexto de prender traficantes, foi marcada por uma série de ilegalidades, como execuções, queima de arquivo e alterações de cenas de crimes. 10 das 13 investigações que tramitam no Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) sobre a chacina foram arquivadas.
"É irrelevante qualquer acusação criminal contra as vítimas da chacina do Jacarezinho. A homenagem era um ato de acalento de instituições da sociedade civil às famílias das vítimas da operação mais letal da história do Rio de Janeiro. Sua destruição representa mais uma violência contra essas famílias, e nenhuma forma de violência pode ser justificada ou celebrada", disse Guilherme Pimentel, ouvidor geral da Defensoria Pública do Rio de Janeiro.
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Em nota, a Polícia Civil afirmou que destruiu o memorial pois ele seria "ilegal". "O registro de ocorrência que definiu a diligência para retirada do memorial levou em consideração a apologia ao tráfico de drogas, uma vez que os 27 mortos tinham passagens pela polícia e envolvimento comprovado com atividades criminosas, além do fato de que a construção do mesmo não tinha autorização da Prefeitura do Rio de Janeiro", diz o texto da corporação.
O advogado Joel Luiz Costa, morador do Jacarezinho, filmou a ação e compartilhou em suas redes sociais. "Não basta banalizar o derramamento de sangue, eles ainda tripudiam da nossa resistência!", escreveu.
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