Juliana Brescovici Carvalhaes, que se intitula coach de meditação, está sendo alvo de críticas nas redes sociais, depois que divulgou um vídeo, no qual afirmou, entre outras bizarrices, que a pessoa é pobre “por escolha”.
A coach contou no vídeo que foi abordada por uma “pedinte”, como ela definiu, e sua filha pequena. Disse que e mulher estava “revoltada” por estar à frente de uma pessoa que tem condição melhor.
“Oi, gente, deixa eu compartilhar com vocês aqui uma história polêmica. Veio uma pedinte com a filha, aí a criança fala: ‘Aí, você poderia dar uma ajuda?’. E eu olho para a cara da mãe e a mãe, assim, rindo. Daí, fiquei só olhando, né, porque não estava entendendo nada. Daí a mãe ficou brava. Será que ela está revoltada porque eu estou numa condição melhor? Com o nível de consciência que ela está, não vai chegar a lugar nenhum, vai continuar na rua”, disse Juliana.
“Não é culpa do governo, não é culpa dos outros que ela está naquela situação. Cada um escolhe. ‘Ah, mas não tive oportunidade’. Vai fazer! Está na Revista Forbes, já passou que o maior número de milionários do mundo saiu do zero. Somos seres humanos, temos a mesma capacidade. Cada um colhe o que planta nessa vida, ou na próxima. Não tem isso de vítima. A gente está se afastando ainda mais da nossa prosperidade. Me deu vontade de pegar aquela mulher e falar: ‘Escuta só, se você está vivendo na escassez é porque você está criando, a única pessoa que pode fazer mudança, tirar da piscininha do cocô’”, acrescentou.
Se a maioria dos pobres fosse branca, “o problema da miséria brasileira já teria sido resolvido”, diz ativista
A publicação foi compartilhada por Antonio Isuperio, ativista que denuncia, em sua página, conteúdos preconceituosos. Ele contou que, ao avisar Juliana a respeito do tema do vídeo, foi bloqueado por ela.
Isuperio comentou no Instagram: “Quem cria a ‘pisciNONA de cocô’ no Brasil é a branquitude que está no poder, principalmente pelo seu racismo geracional. Mas isso elas não vão te contar. Se os defensores do capitalismo não dão possibilidade que o acesso à renda chegue nas mãos de pessoas negras, isso (dentro da lógica capitalista) é um assassinato”.
“Se a maioria das pessoas pobres brasileiras fosse branca, o problema da miséria brasileira já teria sido resolvido. O Brasil só é um projeto de miséria ‘porque tem gente negra demais’. E elas vão incutir na sua cabeça que você nascer assim foi um Karma”, acrescentou.
“Vocês lembram do mendigato? Ele foi ARRANCADO das ruas, oferecido trabalho, participou dos programas de TV e deu entrevista ATÉ para o ROBERTO JUSTOS, um dos símbolos mais meritocratas que temos no Brasil. O cara era dependente de craque e foi humanizado ao vivo na TV. Eu ainda farei um vídeo sobre isso”, lembrou o ativista.
“Não é por acaso que em um pais que tem metade da população negra, metade das pessoas estão em insegurança alimentar. De acordo com minhas fontes, essa gratiluz é coach de celebridades. Imagina o desserviço. Eu fui falar com ela e aí me bloqueou, acho que tô na piscina de cocô também”, completou Isuperio.