A socorrista Laura Cristina Cardoso foi vítima de uma situação lamentável de racismo ao prestar primeiros socorros a um paciente em São Paulo. A situação, que aconteceu no dia 12 de março, foi relatada pela profissional em suas redes sociais.
A equipe de atendimento do Samu foi acionada para atender um homem com sequelas de AVC, diabético, com hipertensão, que recebia dieta via gastronomia e com demência. Ele estava acamado e tinha cerca de 90 anos. Ao chegarem na residência, que era um apartamento de classe média, foram recebidos pelo filho da família, que logo questionou a ausência de um médico.
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"Meu colega Alex Vasconcelos, educadíssimo, responde que nem todas as equipes possuem médicos e todo o blá blá blá de sempre...", escreveu ela. Ao entrar no quarto, Laura foi surpreendida por uma idosa que, desesperada, gritou: "E agora fulano, ela é negra!".
Em uma resposta absurda, o filho disse: "Tudo bem mamãe, ela está usando luvas". "Tem que ter muita resiliência... A vítima foi devidamente atendida pelas minhas mãos negras enluvadas e deixada aos cuidados do hospital privado que a família preferiu... Se você está perguntando porque essas pessoas receberam o melhor tratamento possível eu respondo: quem eles são não muda quem eu sou", desabafou a socorrista.
Ao ser questionada se processaria a família, Laura afirmou que a prioridade dela era o paciente, mas que também não se vê em uma disputa judicial com “gente desse nível”. “O policiamento não foi acionado. A vítima necessitava de atendimento imediato e embora eu tenha consciência de que seja crime, não tenho disposição para lidar com gente desse nível. Eu chego a sentir pena e triste, mas não por mim, por eles”, disse.