VIOLÊNCIA

VÍDEO: Polícia investiga escola particular de SP por maus-tratos de crianças

O advogado Ariel de Castro Alves, integrante do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, cobra apuração rigorosa

Muros e portões da escola foram pichados.Créditos: Reprodução/Redes Sociais
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A Polícia Civil está investigando uma escola infantil particular, que fica na Zona Leste de São Paulo, por suspeita de maus-tratos de alunos. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram crianças chorando amarradas e imobilizadas, com os braços presos por panos.

As imagens revoltantes apresentam as crianças dentro de um banheiro, sentadas em cadeirinhas de bebês, colocadas no chão, embaixo de uma pia e próximas à privada.

De acordo com reportagem de Deslange Paiva e Kleber Tomaz, no G1, o vídeo foi gravado na Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, no bairro de Vila Formosa. O estabelecimento é alvo de um inquérito policial aberto na Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) da 8ª Delegacia Seccional. 

A delegacia apura a ocorrência de “crime de maus-tratos e suspeita de periclitação da vida e da saúde”, que significa colocar a vida das crianças em perigo, além de submissão de crianças a vexame ou constrangimento.

A escola em questão atende crianças com menos de 1 a 6 anos de idade. O estabelecimento já tinha sido investigado, há dois anos, pela polícia por suspeita de maus-tratos contra um aluno. E, em 2010, uma aluna chegou morta ao hospital após ter passado mal dentro da unidade escolar.

Com isso, a investigação solicitou mandado de busca e apreensão no local por haver indícios de que os crimes seriam recorrentes.

Os portões e muros da escola tinham sido pichados com mensagens como “crime”, “neonazistas”, “desumano”, “Justiça”, “demônio”.

Uma mãe identificou o filho de quase 2 anos nos vídeos que circulam na internet. Ela já prestou depoimento à polícia.

Identifiquei meu filho em dois vídeos. O primeiro, ele estava em um banheiro com mais quatro crianças amarradas, e no segundo, estava chorando com mais três bebês em uma sala no escuro”, declarou, em entrevista ao G1.

Ela afirmou, ainda, que o filho “vem apresentando um nervosismo intenso, dificuldade para dormir, ele chora quando vamos colocar ele na cadeirinha do carro, sabe. Nós achávamos que era de desenvolvimento dele, mas hoje com todas essas informações sabemos que é devido à forma que ele era tratado. Ele estudava lá desde os 11 meses”.

Integrante do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente cobra ação rigorosa

O advogado Ariel de Castro Alves, integrante do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, cobra ação rigorosa para punir os responsáveis.

“A Polícia Civil deve apurar a ocorrência do crime de maus-tratos, previsto no Código Penal, e de submeter crianças a vexame e constrangimento, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, afirmou.

Além disso, ele alertou que a delegacia “precisa ouvir as mães e pais e as educadoras e dirigentes da escola. O conselho tutelar precisa ser comunicado pelos pais e mães e pela própria delegacia para promover fiscalização no local e tomar providências, visando a proteção dos alunos que foram vítimas de maus-tratos”, acrescentou.