VIOLÊNCIA POLICIAL

Vendedor de balas morre após ser baleado por policial à paisana em Niterói

“Estou tentando acesso à família. O filho e a mãe foram levados para serem ouvidos, sem a presença de um advogado”, disse Daniel Melo, representante da OAB

O policial teria confundido a vítima com um assaltante.Créditos: Divulgação
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O vendedor de balas, Yago Macedo dos Santos, negro de 21 anos, morreu depois de ser baleado por um policial que estava à paisana. O caso aconteceu no início da tarde desta segunda-feira (14), na Praça Arariboia, em frente à estação de barcas de Niterói, Rio de Janeiro.

Segundo informações preliminares, o ambulante e o policial discutiram e o policial teria confundido a vítima com um assaltante. O local está isolado e a perícia da Polícia Civil foi acionada.

O crime foi denunciado nas redes sociais pelo ex-ministro do Meio Ambiente e deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Carlos Minc (PSB-RJ),

“URGENTE! Estamos acompanhando o caso de um trabalhador e pai de família morto nas barcas em Niterói há pouco. Iago Macedo, de 21 anos, estava com a família, era vendedor de balas e morreu de um disparo policial que ACHOU que ele fosse assaltante. HORROR! Seguiremos de olho!”, postou Minc.

O advogado Daniel Melo, da OAB de Niterói, e do gabinete do deputado Minc, está acompanhando o caso.

“Estou na Delegacia de Homicídios de Niterói, tentando acesso à família da vítima. O filho e a mãe foram levados para serem ouvidos, sem a presença de um advogado. Nós estamos aqui para entender com o delegado por que isso está acontecendo”, declarou o advogado em contato com a Fórum.

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) também usou as redes sociais para denunciar o fato: “BARBÁRIE! Yago dos Santos, 21 anos, vendedor de balas, foi morto hoje por um policial, em frente à estação das barcas de Niterói. O motivo? Foi confundido com um criminoso pela cor de sua pele. Mas era apenas um trabalhador que queria fazer o aniversário da filha de 2 anos”.

“Todo dia uma pessoa é morta no estado do Rio por ser preta. Durval, Moïse, Kathlen, João Pedro, Ágatha. Não é mais possível continuar vivendo sob essa tragédia do racismo. Nosso mandato acompanha o caso e se coloca à disposição no grito de #JustiçaPorYago!”, acrescentou.

Após assassinato, homem é agredido por Guarda Municipal porque protestava contra ação policial

Depois do assassinato, ocorreu mais uma manifestação de violência policial contra um jovem negro: imagens do jornalista Rodrigo Gomes, do SBT, registraram um homem sendo agredido por um guardas mesmo depois de ser imobilizado pela PM. Ele protestava contra a morte de Iago.