O assassinato do estudante de radiologia Luiz Carlos Mendes Cerqueira Júnior, de 23 anos, em Salvador (BA), provocou a reação do seu pai, que contestou a afirmação da Polícia Militar (PM).
O jovem foi baleado na escadaria de uma ladeira no bairro Fazenda Grande do Retiro, quando se dirigia ao curso de radiologia. Os agentes afirmaram que a suspeita policial é que o crime tenha sido cometido por facção criminosa, devido à vítima ser amiga de um traficante rival ao grupo.
“Meu filho não tem envolvimento com nenhum marginal. Eu quero saber quem está trazendo essa informação, se um jovem negro, que mora na favela, onde a criminalidade é assustadora, vai passar sem dizer ‘bom dia’, ‘boa tarde’, ‘boa noite’ e, que isso, pode ser associado à amizade?", questionou o pintor Luiz Carlos Cerqueira.
“Querem manchar a biografia do meu filho. Ele era um jovem que tinha o propósito de ser radiologista e foi exterminado de forma abrupta, e depois ainda ter sua imagem associada a criminosos. Isso é um absurdo. Em que país nós estamos? Onde nós vamos chegar? O que a sociedade está querendo?”, desabafou.
Só na favela
“Se eles provarem que meu filho era amigo de traficante, eu vou abaixar a cabeça e pedir desculpas para eles. Isso só acontece na favela. Agora se isso acontecesse no alto de Ondina ou no Corredor da Vitória (bairros considerados nobres), será que eles mudariam (a versão)? Será que eles diriam que o ‘filho de papai’ estava envolvido com traficantes? Isso é um absurdo”, ressaltou.
Com informações do G1