O autônomo Patrick Vinícius Gomes de Souza, de 25 anos, e o filho de três anos foram vítimas de racismo por parte de um motorista de aplicativo. Morador de Guará, região administrativa do Distrito Federal, o homem solicitou a corrida com a empresa 99 para levar a criança à creche.
No entanto, Patrick teve uma surpresa quando tentou entrar no veículo: “Quando eu cheguei perto do carro, falei bom dia para o motorista e, ao me ver, trancou a porta e disse: ‘Preto não vai entrar no meu carro a essa hora da manhã’. Ele ainda falou vários palavrões, que não cabem comentar, depois saiu cantando pneu”, afirmou o autônomo, em entrevista a Cibele Moreira, em O Correio Braziliense.
Patrick, que não tem carro, tem o hábito de solicitar corridas por aplicativo ou usar transporte público. “Já passei por situações como essa. É uma situação muito complicada, fora a vergonha que passei na rua em frente ao meu prédio”, relatou.
“Ele poderia ter simplesmente inventado uma desculpa e cancelado a corrida. Ia ficar subentendido, mas é melhor do que ele dizer isso claramente. Falta de respeito”, desabafou.
Patrick Vinícius fez boletim de ocorrência (BO), que foi registrado como injúria racial.
“Fui atrás de registrar a ocorrência para ele não fazer isso com mais ninguém. A empresa fala que ele tem nota 4.9, várias corridas. Mas isso não garante que ele não cometa atos racistas”, destacou Patrick.
Expulsão
A 99 divulgou um comunicado, no qual lamentou o ocorrido: “Assim que tomamos conhecimento do fato, banimos o motorista do app. Além disso, estamos em contato com Patrick para oferecer suporte e nos encontramos disponíveis para colaborar com as autoridades. Todos os usuários, sejam eles motoristas ou passageiros, devem se tratar com respeito e profissionalismo. Em comportamentos assim, que vão contra os Termos de Uso e o Guia da Comunidade 99, todas as medidas cabíveis são adotadas, incluindo o bloqueio imediato do perfil”, acrescentou.