A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) participou, nesta quinta-feira (8), de uma reunião para tratar da prioridade na vacinação de grávidas e puérperas (mães de recém-nascidos com até 45 dias de vida).
A medida se justifica porque a condição de gestante coloca essas mulheres no grupo de risco da Covid-19, por estarem, do ponto de vista fisiológico, mais frágeis e suscetíveis a infecções e contaminações.
Melania Amorim, cientista, pesquisadora e ginecologista-obstetra, participou do encontro, junto com o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM). Ele é autor do PL 936/2021, que propõe que grávidas, puérperas e lactantes - com comorbidades - tenham prioridade na vacinação.
Sâmia anexará um projeto de lei (PL), na proposta apresentada por Ramos, solicitando que todas as mulheres grávidas ou puérperas sejam consideradas grupo prioritário no Plano Nacional de Imunização (PNI).
Melania falou sobre o manifesto da Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras e convocou a sociedade para empenhar esforços no plano “Chamando à ação para redução da mortalidade materna por Covid-19 no Brasil”.
Em 2020, houve um aumento expressivo no número de mortes maternas, provocadas pelo coronavírus no país. Desde abril do ano passado, pesquisadoras brasileiras têm advertido e publicado estudos demonstrando a seriedade do problema.
O número crescente de mortes, durante a gravidez ou no puerpério, levou o Brasil a uma posição tal em que oito de cada dez mortes maternas relatadas no mundo ocorriam no país.
Grupo de risco
Em abril de 2020, o Ministério da Saúde incluiu grávidas e puérperas no grupo de risco da Covid-19, por estarem mais vulneráveis aos efeitos do coronavírus.
Mesmo sendo consideradas grupo de risco, essas mulheres não estão entre as prioridades no plano de vacinação do governo federal. O projeto deve ser pautado em regime de urgência na próxima semana.