A Polícia Militar (PM) do Distrito Federal (DF), sob as ordens do governador Ibaneis Rocha (MDB), destruiu, nesta quarta-feira (7), a Escola do Cerrado, local criado por voluntários, durante a pandemia do coronavírus, para assegurar acesso à educação para 20 crianças que viviam na ocupação próxima ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Durante a ação violenta de despejo de 38 famílias, duas pessoas ficaram feridas, por bombas da PM, e quatro foram presas: o ativista e ecossocialista Thiago Ávila, e os militantes Caio Sad Barbosa, Pedro Filipe Menezes Piedade e Érika Oliveira Cardozo.
Os três homens foram encaminhados ao 5º DP, enquanto a militante está na Delegacia de Combate à ocupação do Uso do Solo (Dema), em Brasília.
De acordo com a advogada Sara Rocha, a Polícia Civil está tentando enquadrar os quatro ativistas presos em associação criminosa, além de obstrução de ação fiscalizadora e lei de crimes ambientais.
“A gente está tentando enquadrar no artigo 69 da lei, o que caberia assinatura de um termo circunstanciado e seria menos gravoso para eles. A pena seria de um a três anos. A gente pode conseguir substituição processual, a gente pode conseguir que nada aconteça. Eles estão querendo colocar como associação criminosa. Não tem cabimento. A gente está ali lutando por um direito”, destacou Sara.
“A situação é muito grave. A ajuda de todo mundo é necessária. Quem puder ajudar com doações, as pessoas precisam de comida, de barraca. Hoje vai chover e elas não têm teto para morar”, concluiu a advogada.
Assista ao vídeo com declarações da advogada Sara Rocha:
Veja depoimento de Thiago Ávila, ao ser transportado para o DP: