Nesta terça-feira (20), logo após o Dia da Resistência e de Luta dos Povos Indígenas, comemorado em 19 de abril, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, resolveu debochar dos povos originários brasileiros com uma postagem no Instagram.
Através dos 'stories', Salles postou fotos de indígenas utilizando telefones celulares, uma velha narrativa da direita que busca deslegitimar a causa dessas pessoas. "Recebemos a visita da tribo do iPhone", escreveu o ministro junto a uma sequência de fotos em que os celulares nas mãos dos indígenas aparecem circulados.
Salles foi alvo dos protestos dos indígenas nesse 19 de abril por conta da crescente devastação ambiental. O ministro, ao lado de Jair Bolsonaro, é apontado como o principal inimigo da preservação do meio ambiente e dos indígenas.
A postagem do ministro acontece também em meio à pressão que movimentos sociais, políticos e organizações ligadas ao meio ambiente vêm fazendo essa semana por conta da realização da Cúpula do Clima, em que a atuação do governo brasileiro com relação às queimadas e ao desmatamento é vista com preocupação. O encontro de líderes globais acontece a partir da próxima quinta-feira (22).
Ação popular contra Salles
Deputados da bancada federal do PSOL, Vivi Reis (PA), David Miranda (RJ), Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bomfim (SP) ingressaram com uma ação popular na Justiça Federal do Amazonas. O objetivo é solicitar que seja suspensa e declarada nula a portaria que exonerou o superintendente da Polícia Federal (PF) no estado, Alexandre Saraiva.
A demissão foi articulada pelo diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, recém-nomeado por Jair Bolsonaro.
Segundo Vivi Reis, uma das autoras da ação, a troca no comando da PF amazonense “está sendo feita unicamente com o objetivo de permitir a liberação de ações de empresários que exploram madeira ilegal na Amazônia e que vêm sendo alvo de Operações da PF, tudo sob pressão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O objetivo da troca é unicamente enfraquecer a fiscalização”, afirma.
“Ricardo Salles tem cometido um crime atrás do outro e estamos denunciando exaustivamente. Já enviamos notificação a órgãos internacionais, na Comissão do Meio Ambiente da Câmara e diversos pedidos para que o Ministério Público Federal investigue o ministro”, destaca Fernanda Melchionna.