Maiara Felício (PT), a vereadora mais votada nas eleições de 2020, em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de Janeiro, foi à Delegacia da Mulher, nesta terça-feira (9), para registrar um boletim de ocorrência (BO). Ela, que é negra, foi atacada nas redes sociais e alvo de injúria racial e difamação.
“A partir de um posicionamento meu acerca da volta às aulas, algumas pessoas se sentiram à vontade de me ofender de maneira baixa nas redes sociais. A minha atitude vem mostrar que internet não é terra sem lei e que a denúncia é a melhor ferramenta cabível para tal crime”, postou Maiara.
Um dos comentários racistas a chama de “negrinha” e a manda tomar banho em seguida. Em outro, uma pessoa diz que a vereadora quer aparecer e que ela poderia “roubar a merenda das crianças”.
Maiara postou um vídeo, logo após registrar o BO: “Eu vim aqui registrar e fazer garantir meu direito, que não é exclusivamente meu. Toda a violência que nós sofremos precisa ser denunciada. Não é a primeira vez que acontece na minha vida de sofrer crime de injúria racial, calúnia e difamação. A gente, às vezes, deixa passar”, relata.
“Eu não estou fazendo isso aqui só pela Maiara Felício, mas para todas as pessoas que sofrem violência dentro de casa e na internet e muitas vezes deixam de denunciar por medo ou outra circunstância. O nosso direito tem que valer e eu vim aqui denunciar em nome de todas e todos nós que sofremos”, destaca.
Investigações
De acordo com a Delegacia da Mulher de Nova Friburgo, o caso foi registrado como injúria racial e as investigações estão em andamento.
O (PT) divulgou uma nota de repúdio aos ataques sofridos pela vereadora.
“A crítica exposta pela vereadora diz que o referido decreto não levou em conta o minucioso estudo que vinha sendo elaborado pelas entidades de educação da cidade. Maiara ressaltou que o retorno das aulas, sem uma infraestrutura adequada, aumentaria o número de contágios da Covid-19. Ela teve seu vídeo vinculado em uma página da rede social da cidade, e foi vítima de diversos comentários racistas!”, diz um trecho da nota.
“Essa situação expõe o desapreço pelo espaço público democrático, pelo pensamento, pela educação pública de qualidade e pela saúde da população friburguense, mas, sobretudo, escancara mais uma vez o racismo existente em nossa sociedade”, destaca o documento.
Assista ao vídeo: