"Minha voz não será sobre ele, mas como proteger a menina", diz Debora Diniz sobre estuprador preso

"Cabe ao Judiciário sentenciá-lo", afirma a antropóloga

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Professora de Antropologia na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UNB) e uma das principais vozes brasileiras pela descriminalização do aborto, a antropóloga Debora Diniz se pronunciou nesta terça-feira (18), em suas redes, a respeito da prisão do estuprador da criança de 10 anos, que realizou o aborto nesta segunda-feira (17). O acusado de estupro e tio da criança foi preso nesta madrugada, entre as 3h e 4h da manhã, na cidade de Betim (MG).

“O abusador da menina foi preso. Cabe ao Judiciário sentenciá-lo. Minha voz não será sobre ele. Mas sobre como cuidar e proteger a menina. ”, declarou em seu perfil do Twitter.

Em artigo no El País, Debora Diniz já havia dito que "o dia seguinte ao aborto deve ser o dia em que tocaremos mais uma vez à porta do Supremo Tribunal Federal do Brasil para lembrar aos onze ministros que a peregrinação desta menina poderia ter sido evitada se eles tivessem a coragem da justiça para descriminalizar o aborto no país".

Ela também foi uma das principais defensoras pelo direito da criança fazer o aborto legal. Em suas redes, fez críticas severas à ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que fez do caso uma propaganda religiosa e política, expondo a menina a uma série de ataques realizados por grupos cristãos da extrema direita brasileira.

“Ela é só uma menina. Ministra Damares fala em ‘ajudar a criança e sua família’, termina dizendo que sua equipe irá ‘acompanhar o processo criminal até o fim’. Está errada. Seu dever é garantir que essa menina seja protegida, que sua identidade seja mantida no anonimato, que não grite essa história para fazer demagogia política”, protestou Debora.