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O presidente da Casa da Moeda do Brasil (CMB), Eduardo Zimmer Sampaio, revogou nesta quarta-feira (22) uma portaria baixada na semana passada em que instituía uma série de ações em represália à mobilização dos trabalhadores contra o sucateamento e privatização da empresa pública.
A suspensão da perseguição aos trabalhadores vem após reportagem da Fórum denunciando a medida. De acordo com os moedeiros, a ação da Fórum em explicitar as ações da presidência contra os servidores "foi fundamental para solucionar o caso". "Surtiu efeito mais rápido do que esperávamos", disse um dos trabalhadores.
A portaria
Na portaria revogada nesta quarta-feira, que a reportagem teve acesso, a presidência da CMB instituía uma comissão composta por funcionários de confiança para “apurar os abusos ocorridos, tais como ofensas, ameaças, atos de vandalismo e proposição de medidas cabíveis”. Além disso, o documento informava que a comissão pretendia “apurar as ausências aos postos de trabalho para a realização de eventuais descontos”.
A comissão também estava autorizada a solicitar “todas as comprovações disponíveis, tais como registros internos, vídeos, fotos, gravações etc”
Mobilização
A mobilização dos moedeiros começou no dia 10, quando eles resolveram ocupar o prédio da empresa, no Rio de Janeiro. A motivação foi uma entrevista concedida pelo diretor da instituição, Fábio Rito, que disse que seria necessário promover cortes para “tornar a empresa competitiva”. A partir daí, os trabalhadores começaram a denunciar o sucateamento da Casa da Moeda, que inclui retirada de direitos e ameaça de demissão, e a possível privatização da empresa.
Entre outras questões, os moedeiros reclamam que as manifestações ocorrem porque retiraram “a insalubridade em cima do piso da casa. Tiraram nosso vale alimentação. Tiraram nosso cartão remédio. Aumentaram o plano de saúde em 75% para os dependentes. Tiraram a creche. Tudo isso já é motivo suficiente para nos revoltarmos e ainda ouvir um diretor falar que tem que privatizar? Aí não dá!”, relatou um moedeiro.