Mais que celebrar, hoje é dia de resistirmos à discriminação e seguir lutando para que a diversidade sexual seja respeitada!

Hoje, 17 de maio, é dia internacional do combate à homofobia e à transfobia. Viva a liberdade e a diversidade sexual! Por Carlos Minc

Paulo Pinto/Fotos Públicas
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A estudante negra da UERJ Matheusa Passarelli, que também era ativista LGBTI+ não-binária, foi capturada e morta, em abril; segundo a Polícia, por criminosos do Morro 18, no Encantado, no Rio. Alexandre Ivo, adolescente, foi barbaramente assassinado em São Gonçalo, em 2010. Em 2016, uma mulher argentina, lésbica e moradora de Arraial do Cabo, foi esfaqueada 18 vezes por um conhecido, por se recusar a fazer sexo com ele. Também em abril passado, Vitória Felix, mulher travesti e moradora do Morro da Babilônia, além de ameaçada, foi agredida por oito policiais militares, e, como forma de humilhação pública, teve o seu cabelo cortado à faca, como forma objetiva de negação da sua identidade de gênero e de sua cidadania. Vitória, corajosamente, denunciou a transfobia, e foi atendida pelo nosso mandato, em parceria com o Grupo Arco-Íris e o Observatório de Favelas. Para a sua segurança, ela foi retirada da Babilônia, e seguimos lutando por justiça. Dados do Grupo Gay da Bahia apontam que, só em 2018, 153 LGBT morreram no Brasil em razão do ódio LGBTIfóbico: 111 assassinatos e 42 suicídios. O Grupo Arco-Íris e UERJ fizeram pesquisas nas Paradas de Copacabana, ao longo dos anos, que apontam o triste quadro no Rio de Janeiro: 70% dos LGBTI+ entrevistados apontaram que já sofreram algum tipo de discriminação em razão da sua orientação sexual ou identidade de gênero. Muitos direitos pela cidadania LGBTI no Brasil e, especialmente, no Rio de Janeiro já foram alcançados, e tenho orgulho de ter participado e contribuído para esses avanços junto com os movimentos sociais LGBTI+. Mas temos a consciência de que muito ainda precisa ser feito. O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a ter uma lei, de minha autoria, que penaliza a discriminação a LGBTI+. No entanto, é fundamental que o Congresso Nacional aprove uma lei que torne crime a discriminação contra LGBTI+ ou que o STF coloque em pauta ação pela equiparação do crime de ódio por orientação sexual e gênero com o racismo. Nosso mandato seguirá atento à luta para o avanço dos direitos LGBTI e cobrando ao Governo do Estado que reestabeleça os serviços de atendimento à população LGBTI+, que passa por grave desmonte. Aprendi muito com o Movimento LGBTI+, e sigo há 25 anos nessa luta e na crença de que só é possível um mundo feliz se todas as pessoas são respeitadas e tratadas com dignidade. A sexualidade humana é parte disso. Todo mundo tem o direito de expressar a sua identidade e afeto. Viva a liberdade e a diversidade sexual! Nenhum Direito a Menos! Carlos Minc