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Uma das principais propostas do "liberalismo econômico" proposto por Jair Bolsonaro, presidenciável do PSL, beneficia diretamente os bancos e o mercado financeiro com a venda de empresas e bens públicos. Capitaneado pelo economista Paulo Guedes, fiel seguidor da doutrina liberal proposta por Milton Friedman - de que foi aluno -, caso Bolsonaro seja eleito, o processo de privatizações das empresas públicas, concessões de serviços e vendas de bens que pertencem à União devem ser integralmente destinados ao pagamento da dívida pública.
"Em nossa proposta, todos os recursos obtidos com privatizações e concessões deverão ser obrigatoriamente utilizados para o pagamento da dívida pública", diz o plano de governo bolsonarista, na página 61, em que trata do tema, que pode ser consultado na página oficial da candidatura.
Em estudo com dados do Banco Central e do Ministério da Fazenda, a Associação Auditoria Cidadã da Dívida, calcula que cerca de 80% da dívida pública da União está nas mãos de bancos e operadores do mercado financeiro.
Segundo o documento, "os principais beneficiários da dívida interna são os bancos (nacionais e estrangeiros) e investidores estrangeiros, que junto com as seguradoras (que também pertencem principalmente aos grandes bancos) detêm 62% do estoque da dívida. Apesar de muitos alegarem que os recursos dos bancos seriam, na realidade, dos correntistas, cabe ressalvarmos que grande parte dos valores investidos pelos bancos em títulos da dívida pública são o capital do próprio banco".
A organização revela ainda que outros 18% da dívida estão nas mãos dos fundos de investimentos "e também beneficiam grandes investidores". " Recentemente, a Auditoria Cidadã da Dívida solicitou ao Tesouro Nacional o nome dos detentores de títulos da dívida interna, com o valor detido por cada um. O Tesouro Nacional se negou a responder, alegando que tais informações estariam protegidas por 'sigilo bancário'”.