Deputada evangélica pede "providências legais" contra professor que debateu homofobia em sala de aula
Sandra Faraj (SD) decidiu encaminhar um ofício a uma escola do Distrito Federal cobrando "esclarecimentos” e “providências legais cabíveis” sobre um debate realizado com alunos do segundo ano do ensino médio.
Sandra Faraj (SD) decidiu encaminhar um ofício a uma escola do Distrito Federal cobrando "esclarecimentos” e “providências legais cabíveis” sobre um debate realizado com alunos do segundo ano do ensino médio Por Redação
A deputada do Distrito Federal, Sandra Faraj (SD), enviou um ofício a uma escola da cidade de Ceilândia cobrando explicações sobre um trabalho escolar que tratava de homofobia e outros temas que envolviam sexualidade. Entidades de educação e professores repudiaram a atitude da deputada.
No final do mês passado, um professor do segundo ano do ensino médio do Centro Educacional 6 de Ceilândia pediu um trabalho em grupo para os estudantes sobre os temas: homofobia, transexualidade, poliamor, pansexualidade e integração entre gêneros. Depois de ter recebido reclamações sobre esse debate em seu gabinete, Sandra Faraj decidiu encaminhar um ofício ao colégio cobrando "esclarecimentos” e “providências legais cabíveis”.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal disse que o debate sobre questões de gênero e sexualidade em sala de aula está previsto no Plano Distrital de Educação (PDE) e no Plano Nacional de Educação (PNE).
“Trabalhos de cunho pedagógico desenvolvidos por professores em sala de aula, que contemplem temáticas sociais, estão em conformidade com o Plano Nacional de Educação (PNE), previstos, inclusive, na discussão sobre cidadania e para os Direitos Humanos”, afirmou em nota.
A deputada federal Erica Kokay (PT-DF) entregou na quinta-feira (7) uma representação por quebra de decoro parlamentar contra Sandra Faraj. O documento foi protocolado na Câmara Legislativa junto de representantes do Sindicato dos Professores, do Conselho de Direitos Humanos do DF e do Conselho Regional de Psicologia.
Em resposta, Sandra se disse vítima de uma perseguição e que as escolas só devem ensinar matérias como Matemática, Língua Portuguesa, Ciências, Física e Química.