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Segundo o inquérito da Divisão de Homicídios (DH), os policiais agiram em legítima defesa durante troca de tiros com traficantes no Complexo do Alemão e acabaram atingindo o garoto; a família da vítima contesta essa versão
Por Redação
O resultado do inquérito policial sobre a morte do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, não convenceu a Anistia Internacional. Em nota, a organização repudiou a versão de que policiais militares estariam em confronto com traficantes no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e que mataram a criança por acaso, em legítima defesa, durante uma suposta troca de tiros.
O caso aconteceu no dia 2 de abril deste ano. A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil descartou, inclusive, o indiciamento dos PMs por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O mesmo parecer prova que os agentes estavam a aproximadamente cinco metros de distância do menino quando fizeram disparos com seus fuzis.
Segundo a família da vítima, não houve confronto, mas uma execução ao confundirem o celular nas mãos do garoto com uma arma. “É uma verdadeira aberração. Este fato reitera a percepção de que as favelas são vistas e tratadas como territórios de exceção e que qualquer morte provocada pela polícia pode ser legitimada pelo sistema jurídico”, afirmou Atila Roque, diretor executivo da Anistia Internacional.
Agora, o documento será enviado ao Ministério Público estadual, que poderá solicitar uma nova apuração ou acolher o parecer da Polícia Civil, pedindo à Justiça o arquivamento do processo.
Foto de capa: Reprodução
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