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Na abertura, ministra Maria do Rosário lembrou que "legados da ditadura" explicam a "forma como a polícia aborda negros e pobres, forjando autos de resistência"
Por Igor Carvalho, de Brasília
[caption id="attachment_37816" align="alignleft" width="300"] (Foto: Filipe Campos - Viração)[/caption]
Com um minuto de silêncio em homenagem ao líder sul-africano Nelson Mandela, começou o Fórum Mundial de Direitos Humanos, nesta terça-feira (10), em Brasília. “Que esse fórum se inspire em seu exemplo. Um homem que uniu os contrários, ao invés de alimentar ódio e separação”, afirmou o presidente em exercício, Michel Temer, durante sua breve fala na abertura.
O embaixador da África do Sul no Brasil, Mphakama Mbete, recebeu um buquê de rosas brancas das mãos da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). "Mandela contribuiu imensamente para a promoção da paz na África do Sul. Ele é lembrado pela proteção e promoção dos direitos humanos e pela equidade entre todos", afirmou o chanceler.
Entusiasmada com o evento, que é realizado pela sua pasta, a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, apresentou o propósito do fórum. "Temos que trabalhar juntos para solucionar problemas como homofobia, a opressão contra a mulher, além da opressão contra os negros", afirmou. A ministra lembrou que os "legados da ditadura" explicam a "forma como a polícia aborda negros e pobres, forjando autos de resistência. “Se falamos de inclusão para o mundo, temos que buscar inclusão no Brasil”, finalizou Maria do Rosário.
Enquanto discursava o representante na América do Sul do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ameringo Incalcaterra, um grupo de indígenas interrompeu a solenidade para protestar contra os “500 anos de genocídio”, como diziam em seus cartazes.
FMDH
[caption id="attachment_37817" align="alignright" width="300"] Indígenas protestam contra "500 anos de genocídio" (Foto: Filipe Campos -Viração)[/caption]
O evento, que comemora os 65 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ocorrerá até a próxima sexta-feira (13) e os encontros estão divididos em três eixos temáticos: “Os direitos humanos como bandeira da luta de povos”; “A universalização de direitos humanos em um contexto de vulnerabilidades”; e “A transversalidade de direitos humanos.”
O FMDH traz ao Brasil mais de 30 debatedores de diversos países, entre eles o líder indígena Guarani Kaiowá, Tonico Benites, o cientista social Pablo Gentili (Argentina), a procuradora Ela Wiecko, a política e ativista Aruna Roy (Índia),o economista Márcio Pochmann, Enriqueta Estela Barnes de Carlotto (Argentina), uma das avós da Plaz de Mayo, a médica e ativista dos direitos humanos, Hawa Abdi (Somália), o vice-presidente colombiano Angelino Garzón, entre outros. De última hora, o escritor paquistanês Tariq Ali cancelou sua participação no FMDH.
Igor Carvalho está no Fórum Mundial de Direitos Humanos a convite da organização