Policiais homossexuais criam associação em Portugal

Iniciativa do Sindicato Unificado da Polícia visa combater a discriminação homofóbica dentro e fora da corporação

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Iniciativa do Sindicato Unificado da Polícia visa combater a discriminação homofóbica dentro e fora da corporação Por Redação Foi constituída a primeira associação que pretende defender os direitos dos polícias gays e lésbicas em Portugal. A associação chama-se IXY (Identidade XY) e o e-mail é sup.ixy@sup.pt. A iniciativa partiu do Sindicato Unificado da Polícia, para combater a discriminação homofóbica entre policiais e de policiais para cidadãos. O Sindicato exige também a alteração dos estatutos da PSP para garantir a não discriminação em função da orientação sexual. Segundo Peixoto Rodrigues, presidente do Sindicato Unificado da Políca (SUP), o novo grupo não só conta já com alguns casos identificados de alegadas represálias sofridas por agentes, devido à sua orientação sexual, como desde que é conhecido o email do IXY os pedidos de ajuda têm surgido, até de profissionais de outras forças como a GNR ou o Exército. O IXY foi apresentada publicamente a semana passada, no Pinguim Café, no Porto, durante o seminário ?A (in)visibilidade da homossexualidade na PSP - o início de uma longa caminhada?. Esclarecer e apoiar os profissionais da PSP, discriminados pela sua orientação sexual é o principal objectivo da nova associação, que é coordenada pelo agente Belmiro Pimentel, homossexual assumido há mais de 11 anos. "O nosso sindicato não aceita que haja discriminação de qualquer tipo dentro da PSP. O grupo preenche uma lacuna que existia e segue outros exemplos europeus", disse, ao JN, Peixoto Rodrigues que revelou um último episódio na instituição: "um agente que, por frequentar o meio homossexual, foi mudado de serviço". O IXY junta-se agora ao ?European Gaycop Network? [Grupo de Trabalho de Polícias Homossexuais Europeus], que conta com núcleos em Inglaterra, Espanha ou Holanda. Para além da constituição desta associação, o SUP quer a não-discriminação por orientação sexual incluída na revisão dos estatutos da PSP. A proposta do Ministério da Administração Interna não assume a orientação sexual como uma razão que não pode levar à discriminação de cidadãos e de policiais, contrariando o princípio da igualdade da Constituição. "É uma visão retrógrada de determinado sector da PSP, para quem a homossexualidade é alvo de chacota", explicou Peixoto Rodrigues, salientando a necessidade da proposta "acompanhar a evolução da sociedade". O SUP é o terceiro sindicato mais representativo da PSP. Quanto aos dois maiores sindicatos, a opinião sobre este tema divide-se. António Ramos, do Sindicato dos Profissionais da Polícia (SPP) é categórico: "Não me parece que na PSP exista [homossexualidade]. É um mundo muito masculino. Desconheço completamente". Já Paulo Rodrigues, da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, acredita que é altura para assumir que há homossexualidade nesta força. "É a primeira vez que se fala neste assunto. Mas é uma realidade. Ninguém quererá voltar ao passado, quando essas pessoas eram enxovalhadas" frisou, em declarações ao JN. Do Esquerda.net.