A hegemonia do caiadismo, marcado pela tentativa de modernização e camuflagem do coronelismo ruralista, tem imobilizado a expressão de novas e tradicionais correntes e expoentes políticos de Goiás, desaparelhando também a estrutura de Estado, à serviço de um projeto de governo monocrático e monocultural, no que tem comprometido a autonomia dos poderes, com o judiciário e legislativo goiano.
Tal diagnóstico de malbaratamento secundarização do interesse público, inclusive, do debate sobre políticas públicas tem transformado Goiás no Estado do pensamento e política única, que, por esse motivo, encontra-se empobrecido em relação ao campo de manifestações ideológicas, principalmente, mais progressistas. Um reflexo desse consenso aparente, pois que obtido de forma autoritária pelo atual governador, é que a liberdade de expressão e imprensa se encontra em uma situação de latência contumaz, sendo patente, por isso, a dificuldade de consolidar uma oposição política crítica e contundente em Goiás.
Eis que é mister aglutinar forças políticas e comunitárias coesas em torno de um projeto democrático de ampliação e qualificação da oposição e sua liderança no legislativo e judiciário estadual, inclusive MP-GO e DPE-GO, para que se alcance os seguintes objetivos:
1) Melhorar o nível do debate público participativo sobre políticas públicas de Estado, por meio da escuta mobilizadora inclusiva de toda a cadeia de atores sociais e políticos envolvidos nas diversas áreas da sociedade goiana, impedindo que o executivo atue de forma unilateral e despótica nas decisões cruciais sobre o Estado.
2) Fortalecer o papel fiscalizador do legislativo estadual, judiciário e imprensa (quarto poder), MP e Defensoria Pública, para que possam ter autonomia plena, em face aos conflitos de interesses sobretudo das elites rurais e urbanas, para realizar suas funções constitucionais em prol da defesa dos interesses dos bens comuns da coletividade goiana e dos valores democráticos do Estado de Direito.
3) Redimensionar o desenvolvimento econômico, em termos mais afinados com o social, por meio de pautas e propostas interdependentes na área da saúde, da educação, de cultura, de patrimônio e de sustentabilidade. Dessa forma, o grupo pretenderá consolidar por meio diagnósticos precisos das possíveis falhas, descasos e irregularidades das ações governamentais da atual gestão, a partir do contato direto com o eleitorado. O que permitirá apontar e investir em soluções críveis e planejadas para as demandas regionais do Estado.
Para essa atuação de governança de políticas públicas e dos direitos fundamentais mais eficaz e eficiente, o grupo "Oposição C/ Liderança" promete ouvir todos os segmentos sociais, sobretudo, aqueles que tem sido silenciados, invisibilizados e perseguidos pelos grupos hegemônicos na sociedade goiana em torno do agronegócio, coronelismo político e sertanejo universitário, a tríade que tem feito de Goiás um palanque para defender ideias conservadoras, antissustentáveis, antidemocráticas e “cornocráticas”.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum. 