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A Semana Nacional de Trânsito e o Dia Mundial sem Carro - Por Rubens Otoni

Sabemos que o uso excessivo de automóveis é uma das principais causas de poluição, de sinistros e dos altos índices de tráfego, que impactam negativamente o tempo de deslocamento e a saúde e segurança das pessoas

Rubens Otoni.Créditos: Divulgação
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Celebrada entre 18 e 25 de setembro, a Semana Nacional de Trânsito tem por objetivo mobilizar a sociedade para adotar atitudes responsáveis no trânsito em prol de uma circulação viária segura e pacífica. O tema deste ano é "Paz no trânsito começa por você" e tem como referência o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). Segundo o painel de informações do Ministério dos Transportes, referente à edição de deste ano, são 593 ações de educação, fiscalização e engenharia de trânsito registradas pelas entidades do Sistema Nacional de Trânsito em 186 cidades, nas 27 Unidades da Federação. Simultaneamente, acontece a Semana Nacional da Mobilidade cujo ápice da mobilização se dá na data de 22 de setembro, quando se comemora o Dia Mundial sem Carro. 

Sabemos que o uso excessivo de automóveis em nossas cidades é uma das principais causas de poluição do ar, de sinistros e dos altos índices de tráfego, que impactam negativamente o tempo de deslocamento e a saúde e segurança das pessoas. Nesse sentido, os mencionados movimentos sociais não devem ser encarados apenas como momentos simbólicos para reflexão, mas devem servir de efetivo marco para a construção de uma nova visão de mobilidade urbana, baseada na sustentabilidade, na saúde pública e na segurança. É preciso que nosso povo viva em ambientes mais saudáveis, com menos poluição, sinistro e congestionamento. 

Nessa linha, temos que voltar nossas atenções e insistir no transporte público coletivo, debatendo aspectos tarifários e a qualidade dos serviços prestados. É fundamental investir massivamente em sistemas de ônibus e metroferroviários que sejam acessíveis e atrativos. Outra medida importante é o monitoramento da qualidade do ar e dos níveis de congestionamento nas médias e grandes cidades associado com a adoção de instrumentos de gestão previstos na Política Nacional de Mobilidade Urbana como a restrição e o controle de acesso e circulação de veículos individuais motorizados e a estipulação de padrões de emissão de poluentes.

Além disso, precisamos perseguir e garantir uma malha cicloviária segura, estruturante e interligada, bem como implementar incentivos fiscais e melhores condições de crédito para a compra de bicicletas. Com esse comprometimento vamos além do avanço na implantação de cidades inteligentes e sustentáveis, proporcionando ganhos em relação à redução das desigualdades sociais e à promoção da inclusão.

Em paralelo, deve-se explorar a comunicação junto à população sobre os benefícios da adoção dos meios de transporte alternativos aos veículos individuais motorizados. É importante jogar luz e promover uma mudança de mentalidade em nossa sociedade por meio de campanhas educativas bem feitas, informando ao cidadão os ganhos para o meio ambiente e para a sua saúde e  bem-estar. 

Que nossos governantes promovam um estilo de vida que respeite o meio ambiente e garantam a qualidade de vida e a segurança para todos os cidadãos. Nunca é tarde para iniciar boas práticas de sustentabilidade e segurança na mobilidade urbana e no trânsito. O futuro das nossas cidades depende das escolhas que fazemos hoje.

Rubens Otoni é deputado federal (PT - GO) e vice-presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura - Frenlogi do Congresso Nacional;  Coordenador da Câmara Temática de Mobilidade Urbana

 

**Esse artigo não reflete necessariamente a opinião da Fórum