Uma parcela significativa dos moradores e moradoras do Distrito Federal têm tido suas vidas impactadas pelas tantas obras que o GDF realiza simultaneamente em diversos pontos do DF, fechando ruas sem prévio aviso, estabelecendo desvios que aumentam o tempo de deslocamento e tumultuando, muitas vezes, um cotidiano já muito difícil de quem mora longe do trabalho.
Além dos transtornos causados por obras cuja serventia, muitas vezes, não são tão evidentes, há algo ainda mais importante a se considerar: fatias vultosas do orçamento são destinadas a essas obras, que acabam, muitas vezes, tornando-se prejuízo aos cofres públicos pelos problemas que desvelam.
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É o caso da pavimentação da Via Estrutural, sob responsabilidade das empresas NG Engenharia e Construções e ETERC Engenharia. O consórcio formado pelas duas empresas recebeu do GDF, segundo o Portal da Transparência, R$ 12 milhões até o momento. O contrato é de R$ 54 milhões.
Acontece que o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) determinou a suspensão desses pagamentos. A razão para isso é que uma inspeção realizada no local apontou a baixa qualidade do concreto, que pôde ser verificada em irregularidades, como ondulações, desníveis e fissuras na pista.
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É nítida a prioridade dada pelo governo Ibaneis/Celina a obras viárias, e não é tão nítida assim a realização adequada e a necessidade imediata da população de cada uma delas. Enquanto isso, a educação segue recebendo recursos insuficientes para sanar os tantos problemas que se aprofundaram ao longo do mesmo governo Ibaneis/Celina.
Todas e todos conhecemos a realidade das escolas, de salas de aula superlotadas, merenda sem qualidade, desvalorização dos profissionais do magistério, sucateamento da EJA e da educação inclusiva, contingente insuficiente de professoras e professores efetivos, um diário de classe (EducaDF) que faz triplicar o trabalho dos professores do ensino médio, e muito mais. No entanto, da LDO - Lei de Diretrizes Orçamentárias - aprovada pela Câmara Legislativa, o governador vetou itens referentes a reforma de unidades escolares, programas educacionais, aquisição de equipamentos e garantia de condições sanitárias nas escolas.
O Sinpro entende que ações que favoreçam a mobilidade urbana são necessárias, e algumas delas serão obras e reformas em vias. Melhorias para a cidade sempre serão bem-vindas, o que se espera do GDF é a efetividade das ações propostas, para que elas realmente melhorem a vida do povo e não apenas representem gastos públicos vultosos sem resultados satisfatórios. Enquanto isso, investir na educação pública não tem contraindicações, e certamente trará resultados importantes para o futuro do DF.
Como se vê, é fácil verificar as prioridades de Ibaneis e Celina. Difícil é entender por que o orçamento público do DF é tão mal aplicado.