O racismo é elemento estrutural na construção da sociedade brasileira. Na Matemática da prática, como lembra o poeta GOG, os números reais mostram que o povo preto trabalha mais e ganha menos, morre muitas vezes mais que os brancos, é minoria no ensino superior e maioria nos camburões. Essa é uma lógica tão cruel quanto real para manter o privilégio do 1% mais rico do Brasil.
A educação que emancipa, que soma na formação de pessoas críticas, deve reconhecer e fazer reconhecer que o povo preto é potência, é motivo de orgulho. “Negro é lindo”, como disse Jorge Ben Jor. Mas no curso na história, essa potência foi atacada, a cultura do povo preto explorada e sua religião-filosofia marginalizada pela colonização europeia. Sempre foi a imposição do poder da forma mais vil para a manutenção do privilégio branco.
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Quando a Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003 inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”; ou quando o Estatuto da Igualdade Racial afirma que no ensino fundamental e no ensino médio é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil; ou quando o Currículo em Movimento da Educação Básica do DF tem como eixos transversais a Educação para a Diversidade, Cidadania e Educação em e para os Direitos Humanos, estamos falando dessa necessidade de reconhecer a grandiosidade do povo preto e a urgência da reparação racial. Estamos falando não só de uma obrigação moral, mas de uma obrigação legal de se ter nas escolas uma educação antirracista.
Todo preto, independentemente de ser pobre ou não, deve encontrar na escola espaço de respeito, de promoção da autoestima e da identidade racial, de práticas pedagógicas de enfrentamento e combate ao racismo. E todo(a) professor(a) e orientador(a) educacional deve encarar essa luta como dever.
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Definitivamente, lugar de preto e pobre é na sala de aula. Aprender de forma igualitária é irrenunciável para que crianças e adolescentes possam se desenvolver plenamente. É na sala de aula que se ampliam horizontes, que se constroem sonhos e oportunidades, que se desmantelam estereótipos que perpetuam preconceitos.
Nós do Sinpro-DF sabemos do compromisso da nossa categoria com a construção de um futuro de paz, de respeito à diversidade e a todos os direitos humanos. Um futuro antirracista. E nos colocamos incontestavelmente contra qualquer tipo de preconceito ou discriminação.
Na sala de aula – e na vida – não deve haver lugar para o racismo.
Diretoria colegiada do Sinpro-DF
Fonte: SINPRO-DF