Desde 1948 os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Há 200 dias vivem um pesadelo com o genocídio provocado por Israel. São 41.183 palestinos assassinados. Se isso não te toca, vamos mostrar mais absurdos. São 15 mil crianças mortas, uma média de 75 por dia. Em comparação, na guerra da Ucrânia foram mortas quase 500 crianças em um ano. Essas jovens vidas nasceram com pena de morte sem saber o real motivo.
Peço licença ao genial escritor Eduardo Galeano para usar um trecho de uma coluna sua escrita em 2012. “Já resta pouca Palestina. Passo a passo, Israel está apagando-a do mapa. Os colonos invadem, e atrás deles os soldados vão corrigindo a fronteira. As balas sacralizam a pilhagem, em legítima defesa”. Mais atual do que isso não existe.
Trago a história de um companheiro que participará da nossa audiência pública sobre a Crise Humanitária na Palestina na próxima quarta-feira (24). Ele é dentista e decano da Faculdade de Odontologia de Gaza que perdeu toda a família após o ataque de Israel. Eles receberam um papel jogado do céu pelo exército de Israel dizendo que aquele local seria bombardeado e para irem para uma localidade específica, indicada no bilhete. Eles obedeceram e mais tarde Israel bombardeou o local que tinha pedido para as pessoas irem. O dentista perdeu filhas, mãe, esposa e irmã. Total crueldade.
De acordo com dados divulgados em 23/04 pelo governo da Palestina, nos 200 dias já totalizaram 41 mil mortos, sendo 14.778 crianças. É previsto mais 2 milhões de palestinos sendo obrigados a se deslocar. É o confronto com mais servidores da ONU e jornalistas mortos.
Israel segue à risca o projeto de genocídio étnico para sumir do mapa com todos os palestinos. Justificam sempre a legítima defesa. E as crianças tiveram a chance de se defender? E os milhares de inocentes?
Não existem dois lados nessa história. Existe somente um: de quem é massacrado. É um escândalo para o mundo inteiro. É inadmissível . Nunca vimos tantos crimes de guerra e nenhuma medida foi tomada. Vamos debater esse caso para tentar sensibilizar todo mundo.
*Padre João é deputado federal (PT-MG)
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum