Na semana passada, muitas pessoas me questionaram sobre minhas falas de cobrança ao governo federal. Ora, quem me conhece, aqueles que me acompanham sabem muito bem que não vim ao mundo para passar pano em ninguém. Doa a quem doer, sempre defenderei o que acredito e o que acho certo.
Não me peçam que seja morno, jamais serei. A minha entrada no PT ocorre justamente com a promessa que eu poderia ser quem sempre fui. Fui eleito dizendo isso para minha base e seria incoerente mudar agora, depois de eleito. Meu compromisso é com cada voto paranaense e meu eleitorado me cobra que aponte cada inconsistência, seja no governo federal, estadual ou municipal. Sou o deputado deles e não posso mudar minha história de vida por vontades partidárias e momentâneas.
Estar em um partido é fazer parte de um grupo, com suas qualidades e defeitos, acreditando em um ideal, em um propósito. Não basta ao partido querer um candidato apenas quando precisa de seus votos, o partido também deve compreender a maneira com que cada filiado atua, como reage e o que lhe incomoda. Não basta achar bonito quando Lula elogia o Requião dizendo que quando ele puxa a orelha. Tem que escutar, é preciso também que após a eleição se escute ‘a puxada de orelha’.
Não é para o mal. Temos como princípio a coerência para criticar o que não está certo e elogiar o merecido. O caráter pode ser relativizado, de acordo com a maré e a pessoa que o interpreta, mas ele deveria ser moldado pelas dificuldades que atravessamos, medido pelos pequenos atos que fazem e desfazem diariamente nossa reputação.
Como diria Maquiavel, para conhecer o caráter do povo, é preciso ser príncipe, e para bem conhecer o do príncipe, é preciso pertencer ao povo.
Não podemos esquecer de onde viemos quando chegamos no poder. Se caráter custa caro, pago o preço.
*Requião Filho é deputado estadual pelo PT no Paraná
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