Por Marcos Danhoni *
“A pior das instituições gregárias se intitula exército. Eu o odeio. Se um homem puder sentir qualquer prazer em desfilar aos sons de música, eu desprezo este homem... Não merece um cérebro humano, já que a medula espinhal o satisfaz. Deveríamos fazer desaparecer o mais depressa possível este câncer da civilização. Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a violência gratuita e o nacionalismo débil. A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Preferia deixar-me assassinar a participar desta ignomínia”. (Albert Einstein)
“A única luta que se perde é aquela que se abandona”. (Carlos Marighella)
Bolsonaro, o tenente terrorista expulso do Exército há mais de 30 anos, mas promovido a capitão porque a instituição não pune ninguém de suas hostes, está tentando criminalizar cidadãos civis por críticas às Forças Armadas e seus desmandos, acionando o Tribunal Superior Militar (que já é uma piada como existência) para julgar civis. A questão só não é uma outra piada porque vindo de um genocida responsável direto por mais de meio milhão de mortos só de Covid-19, sem considerar outras doenças, fome, violência urbana entre outras tragédias que seu desgoverno fomentou.
Militares devem ser cotidiana e severamente criticados por seu parasitismo do estado brasileiro, por suas roubalheiras, por sua ineficácia e crueldade em guerras (campanha do Haiti, campanha de Canudos, Guerra do Paraguai), por tráfico de drogas e armas, por seu sabujismo aos militares norte-americanos, por sua infinita ineficácia no trato da coisa pública, além de extrema ignorância (leia-se “burrice extrema”), de sua falta de civilidade, de seu golpismo hereditário, de suas benesses intoleráveis (previdência, pensões a filhas “solteiras”, duplicidade de salários, etc.).
Militares no Brasil são uma força onerosa e desnecessária a um país que nunca teve que enfrentar uma guerra real. As Forças Armadas deveriam ser extintas em prol da criação de uma força nacional civilizada, educada em academias de verdade (e não AMAN e outros lugares de alta deficiência cognitiva como essa), com toneladas de aulas sobre Direitos Humanos, respeito aos povos originários e trato com seres humanos e meio ambiente. Aliás, a senha de entrada para uma pessoa querer integrar a nova força nacional deveria ser seu conhecimento prévio sobre sistemas políticos e o seu grau de preconceitos. Já no início fazer uma varredura sobre mentes imprestáveis e tóxicas que não devem ser admitidas num lugar que preza pela civilização e não pela sua destruição!
Outra coisa: militares, sob esta nova égide, deveriam trocar seus uniformes verde-oliva, uma vez que, segundo disse um indígena, “árvores não andam”! Além de démodé, os militares brasileiros que endossam esse odioso uniforme precisam de uma repaginada com uniformes mais coloridos (evitando o verde-amarelo que eles próprios detonaram com seu neofascismo tupiniquim). Abandono também de galardões que não servem para nada, uma vez que militares não participaram de guerras e, portanto, nada têm de heroísmo para estampar em seus peitos inflados da tradicional arrogância que lhes caracteriza. Revogação, além das próprias Forças Armadas, das regalias previdenciárias, salariais, honoríficas deles e de suas filhas pseudo-solteiras, além é claro da dissolução de armas, tanques, aviões e fragatas para a reciclagem desse lixo todo para a construção de pontes, navios de carga e cruzeiros, trilhos de trens e metrôs, aviões civis, estruturas metálicas para escolas públicas, etc.
Ah... A pólvora de balas, obuses e demais projéteis deverão ser requisitados para conversão em fogos de artifício, para, enfim, podermos comemorar o fim de uma força parasitária, beligerante e inútil para o país!
*Marcos Cesar Danhoni Neves é professor titular da Universidade Estadual de Maringá e autor do livro “Lições da Escuridão”, entre outras obras.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.