Levantamento do DataFórum desta quarta-feira (5) mostra que a extrema direita continua obstinada em sua missão de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro e validar os ataques do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), buscando desqualificar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por oito anos, devido ao abuso de poder político e uso da estrutura de Estado para atacar o sistema eleitoral brasileiro.
No entanto, para fortalecer sua estratégia de questionar a integridade do sistema eleitoral, os bolsonaristas resgataram uma declaração do ministro da Justiça, Flávio Dino, quando ele era governador do Maranhão, na qual ele apontava caminhos para melhorar o funcionamento das urnas, mas nunca, como faz o ex-presidente Bolsonaro, colocava em dúvida o funcionamento do sistema.
Na comunidade progressista, o destaque foi novamente o erro contábil do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no valor de R$ 14,5 bilhões, destinado a beneficiar Bolsonaro na campanha eleitoral de 2022, quando o ex-presidente buscava um novo mandato.
A extrema direita foi responsável por 56% das menções no Twitter, enquanto os progressistas, somados à comunidade pop lulista, obtiveram 37% das citações.
Foram analisados 291.371 tweets a partir das tags lulaoficial, @lulaoficial, jairbolsonaro, @jairbolsonaro, lula, bolsonaro, @ptbrasil, ptbrasil, @plnacional_, plnacional_
Extrema direita
Bolsonaro atacou a reforma fiscal, afirmando que ela é prejudicial aos mais pobres, e fez propaganda positiva de seu governo, alegando redução de impostos.
Influenciadores elogiaram Carlos Alberto da Nóbrega por seu ataque a Lula, por não ter diploma universitário.
Novamente foram resgatadas manifestações antigas de Flávio Dino questionando as urnas eletrônicas, e foi bastante festejada uma fala do Presidente do Uruguai, Lacalle Pou, afirmando que não há uma democracia na Venezuela. Esse fato foi divulgado como uma confrontação com Lula.
Progressistas
Campos Neto foi duramente criticado, sendo acusado de esconder um "erro" de R$15,5 bilhões no fluxo cambial para beneficiar Bolsonaro em sua campanha eleitoral.
Foi comemorado o anúncio da instalação da Shein no Brasil, com investimento previsto de R$750 milhões, e Carlos Alberto da Nóbrega foi condenado por sua fala elitista sobre Lula, por ele não ter diploma universitário.
Inclusive, houve uma resposta sutil de Lula, afirmando que ele e José Alencar não tinham diploma, mas foram os que mais investiram na educação. Geraldo Alckmin divulgou um vídeo informando sobre melhorias na economia.
Cultura pop/ pró-Lula
Neste grupo, Carlos Alberto da Nóbrega também foi muito criticado e uma pesquisadora protestou contra "bolsas", afirmando que os pesquisadores deveriam ter salário.
A fala de Lula sobre a necessidade de investir em ferrovias foi bem recebida, e continuou repercutindo a "trollada" que duas jovens fizeram com Jair Renan Bolsonaro. Também foi divulgada a sanção à Lei de Igualdade Salarial entre homens e mulheres.
Neymar foi criticado por ser bolsonarista, e Lula foi inserido de maneira positiva no contexto da cultura pop.
Ultraliberais
Lula foi criticado por ter supostamente vetado a venda de ambulâncias blindadas para a Ucrânia, por influenciadores que apoiam o país. Também houve publicações afirmando que no governo Lula aumentou o desmatamento, que houve falta de compra de vacinas e que o presidente disse que não se importa com o luto das pessoas.
Bolsonaro foi criticado por ter feito um governo ruim e por estar se vitimizando agora, como um perseguido do sistema.