VIAGEM

O real motivo por trás da casa mais isolada do mundo, numa ilha do Oceano Atlântico

Posicionada numa pequena ilha parte de um arquipélago ao sul da Islândia, a casa mais isolada do mundo foi construída por um motivo diferente do que se possa pensar

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No sul da Islândia, numa faixa de terra isolada no Oceano Atlântico, está uma pequena ilha inabitada com só 0,45 km² de extensão, e repleta de papagaios-do-mar — aves marinhas de plumagem branca e preta, que as assemelha um pouco a pinguins, de corpo diminuto e bico grande e colorido, com patas "de pato" num alaranjado vibrante.

Elliðaey, parte de um pequeno arquipélago remoto composto por 15 ilhas conhecido como Vestmannaeyjar, intriga pessoas do mundo inteiro por abrigar aquilo que se acredita ser a casa mais isolada do mundo.

Papagaio-do-mar
Créditos: Pexels

A casa, que já foi muito fotografada ao longo dos anos, fica na ponta de uma formação rochosa única, coberta de grama verde durante a primavera. Ela é a única habitação da ilha, localizada cerca de 9 km a sudeste da costa sul da Islândia.

A distância até a principal ilha do arquipélago do qual faz parte, onde está a cidade de Vestmannaeyjabær — o único assentamento permanente de todo o conjunto de ilhas — é de 5 km, mas o acesso só pode ser feito, é claro, através da água.

Casa em Elliðaey.
Créditos:
Uki Deane via YouTube/ reprodução

As lendas que cercam a propriedade já foram muitas: desde sua construção por uma espécie de eremita religioso, que a poderia ter erguido para uma prática de retiro solitário, até um possível abrigo para catástrofes; e um rumor uma vez até especulava que a ilha possa ter sido dada de presente à famosa cantora islandesa Björk pelo governo local.

Mas a verdade é que a "casa" mais isolada do mundo, cujas imagens circulam amplamente pela internet, foi construída por uma associação de caçadores, na década de 1950, para servir como base de seu acampamento na temporada de caça dos papagaios-do-mar, de que a ilha está cheia.

Vista parcial de Elliðaey.
Créditos: Wikimedia commons

Antes de a casa ter sido erguida ali, há cerca de 300 anos, cinco famílias até habitavam a ilha, mas diz-se que elas moravam em cabanas. As famílias de Elliðaey sobreviviam das atividades de pesca e do pasto, com a criação de gado. E elas também caçavam os pássaros da ilha. Mas, por volta de 1930, os moradores decidiram se unir à civilização e deixar a ilha de Elliðaey.

A ilha isolada, além do mais, já não é tão isolada assim: sua fama cresceu, e hoje ela recebe turistas. Eles são fonte de 8,4% de seu PIB, embora lá não haja água encanada ou eletricidade.

O que se pode encontrar em Elliðaey, por outro lado, é uma sauna confortável. O chalé no meio da ilhota oferece algumas comodidades a seus caçadores e eventuais visitantes.

Além disso, por ser um local importante de nidificação das aves marinhas, Elliðaey já foi transformada em reserva natural e área protegida pelo governo islandês.

Mas continua a ser permitido caçar os papagaios-do-mar ali, e, no verão, pastores de ovelhas são autorizados a levar seus rebanhos para lá, para comer e descansar.

Para conhecer e se abrigar no chalé, no entanto, é preciso ter vínculos com a Associação de Casa de Elliðaey e conseguir a autorização da instituição.

Mas é possível visitar o lugar contratando uma empresa de turismo local que oferece uma breve visita de barco para conhecer a "casa" mais misteriosa e remota da Islândia.

A empresa que oferece os passeios, RibSafari Boat Tours, permite explorar também os fiordes do entorno e áreas costeiras mais turísticas da Islândia.

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