COMPORTAMENTO

Sem posts: entenda por que adolescentes estão sumindo do feed e o que diz a psicologia

Geração Z prefe stories e perfis fechados para limitar quem vê suas imagens

Créditos: Reprodução/Instagram
Escrito en CULTURA el

Cada vez mais jovens da geração Z têm deixado de postar no feed do Instagram. O chamado “feed zero” — perfis sem fotos públicas — se tornou comum entre quem nasceu entre 1997 e 2012. Muitos preferem arquivar ou apagar as publicações e não exibir quase nada.

Diferente dos millennials, que cresceram mostrando a rotina nas redes, os mais novos optam por usar o Instagram de forma mais restrita. Hoje, preferem enviar mensagens diretas, usar stories que desaparecem em 24 horas ou criar perfis alternativos, como dix ou close friends, para grupos menores de amigos.

Esse comportamento está ligado a uma preocupação maior com a imagem. Pesquisas apontam que quase metade desses jovens se preocupa com o que os outros vão pensar antes de agir online, mas poucos assumem ter problemas de autoestima. Além disso, editar fotos, pensar em legendas e monitorar curtidas virou algo trabalhoso, sem trazer o retorno que muitos esperam.

Para jovens negros, essa exposição gera receios adicionais. Muitos evitam mostrar o rosto por medo de comentários racistas, zoações, montagem de perfis falsos ou constrangimentos públicos. Em regiões periféricas, essa realidade é ainda mais presente, já que a pressão por padrões de beleza e status nas redes nem sempre corresponde ao cotidiano de quem vive em contextos de desigualdade.

O próprio Instagram já admite que o feed perdeu força. Áreas como as mensagens diretas e os stories são hoje as mais usadas. Muitos preferem acompanhar conteúdos de entretenimento, influenciadores e memes, em vez de exibir a própria vida para todos.

Entre quem ainda posta, os stories são a opção mais usada porque são temporários. Fotos fixas acabam sendo vistas como arriscadas: ficam expostas por tempo indefinido e podem gerar comentários indesejados. Por isso, é comum jovens apagarem publicações pouco depois de publicar, frustrados com o engajamento ou para evitar exposição prolongada.

Essa tendência mostra como a geração Z tem mudado o uso das redes: menos postagens públicas, mais mensagens privadas, menos rastros e mais cuidado com quem pode ver o que é compartilhado. Para muitos, isso significa ter mais controle sobre a própria imagem e evitar situações de constrangimento, críticas ou ataques — algo que, para boa parte dos jovens negros e periféricos, faz diferença na forma de se manter conectado.

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