ARTE

Estes são os sete museus mais impressionantes do mundo, segundo o Prix Versailles

Conheça os museus com os melhores projetos de arquitetura, construída ou restaurada, em 2025, de acordo com especialistas do Prix Versailles

Joslyn Art Museum.Créditos: divulgação
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O Prix Versailles, premiação internacional de arquitetura e design concedida anualmente na UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), com base nas análises especializadas de um júri mundial que destaca os melhores projetos de arquitetura contemporâneos, trouxe, na sua edição de 2025, uma lista dos sete melhores projetos de museus em 2025.

Confira as escolhas dos especialistas:

1. Grand Palais, em Paris (França)

Grand Palais.
Créditos: Wikimedia commons

Um dos principais centros culturais da França, o Grand Palais é um monumento arquitetônico idealizado por Charles Girault, arquiteto francês que também já recebeu, em 1880, o Prix de Rome, uma bolsa de estudos criada no reinado de Luís XIV e dedicada a artistas distintos.

Na Champs-Elysées, o Grand Palais, cuja construção se iniciou em 1897 para abrigar a Exposição Universal de 1900 (um conjunto de grandes exposições públicas realizadas por artistas de todo o mundo), se destaca como um belo palácio de influências mistas: sua arquitetura é típica do formalismo francês, com ornamentações do estilo Beaux-Arts, estilo arquitetônico da Escola de Belas Artes de Paris surgido na década de 1830 e inspirado no neoclassicismo francês, no gótico romântico e no Renascimento: um símbolo da terceira república francesa, que servia aos ideais das elites francesas de sua época.

O palácio passou por uma restauração (chamada de O grande restauro), que durou de 1993 a 2005, após um elemento de sua estrutura ter se soltado e caído de 135 metros de altura durante uma exposição de desenho em 1993.

2. Museu Saka, em Bali (Indonésia)

Museu Saka.
Créditos: Ayana/ divulgação

A estrutura moderna do museu indonésio, projetada pelo escritório Mitsubishi Jisho Design, com um telhado curvo a acentuar-se para cima, em referência aos princípios da filosofia balinesa Giri Segara, centrada no equilíbrio entre a montanha (Giri) e o mar (Segara), que simboliza a interconexão entre o poder espiritual e a transformação contínua da vida, tem uma silhueta que, de longe, talvez lembre um barco ou um templo tradicional.

E, apesar de remeter a conceitos centenários e milenares, o museu foi construído com elementos e materiais associados a projetos modernos. Seus grandes espelhos d'água circulam seu entorno para criar uma atmosfera de contemplação. Além do vidro e dos metais, o museu leva elementos de madeira nativa e pedra natural, ligados à tradição artesanal de Bali, ao mesmo tempo em que adota soluções modernas de ventilação e iluminação natural abundantes.

3. Audeum, em Seul (Coreia do Sul)

Museu Audeum
Créditos: divulgação

Projetado por Kengo Kuma & Associates, a ideia do primeiro museu de áudio do mundo, uma composição de 20 mil tubos de alumínio arranjados verticalmente num esforço visual surpreendente, que lembra uma floresta de bambus feitos de metal ou uma caverna de estalactites, é uma das mais incríveis do mundo.

A disposição dos tubos, que parece uma exposição de arte ela mesma, inaugura um efeito visual de luz e sombras na interação das estruturas do prédio e os reflexos projetados por ele. 

Um efeito visual dinâmico e orgânico, mas, ao mesmo tempo, moderno e rígido, que produz um sensorial semelhante ao que as exposições do museu quer trazer com sua exposição de elementos sonoros. Apesar de se dedicar às exposições interativas de sons, o museu foi projetado para estimular também a visão, a audição, o tato e o olfato.

Seu saguão principal é formado por pedra texturizada natural, e há ciprestes aromáticos nos espaços internos, vindos do Alasca.

4. Kunstsilo, em Kristiansand (Noruega)

Museu Kunstsilo.
Créditos: divulgação

Com o design de um moderno escritório de arquitetura, o Mestres Wåge Arquitectes, o museu norueguês eleito o quarto melhor do mundo pelo Prix Versailles é um edifício enorme à beira-mar, moderno e de formato ousado, com mais de três mil metros quadrados de extensão.

É o maior museu da Noruega, e tem a maior coleção particular de arte nórdica do mundo. A construção foi feita sobre um antigo silo de grãos, convertido em museu de arte contemporânea e inaugurado na sua nova forma em 2024, com cerca de 5.500 obras.

O edifício original, com 30 cilindros de concreto projetados para armazenar até 15 mil toneladas de grãos, foi mantido intacto. Só a fachada foi restaurada, com o uso de um recobrimento branco tradicional dos silos e alumínio corrugado para envolver grandes "baias de vidro", que criam o efeito de ampliação do museu a dar para a orla.

No topo, um terraço-bar feito de vidro oferece vistas panorâmicas para o fiorde. O eixo cultural de que o museu faz parte envolve o Museo Regionais de Arte, uma escola de música, a praça canal e o centro artístico Kilden Performing.

5. Diriyah Art Futures, em Riyadh (Arábia Saudita)

Diriyah Art Futures
Créditos: divulgação

Com projeto de um escritório de arquitetura italiano, Schiattarella Associati, o primeiro museu da Península Arábica dedicado à arte digital tem um design próprio dos desertos: dois edifícios que se encaram, projetados sobre um wadi (vale seco), dão a ideia de uma passagem estreita que é tradicional de Diriyah.

A estrutura é feita em pedra de Riade e reboco de barro, o que dá a impressão de que os blocos do museu são como pedras que se erguem de um deserto de areia. É repleto, além disso, de vãos a projetar sombras e ventilação natural para um maior conforto térmico.

Um espaço interno subterrâneo é unido às galerias acima do solo com transições graduais revestidas de materiais modernos, como vidro e aço, cimento e madeira polida. No subsolo, um grande sino de luz permite passar iluminação para a área central.

6. Museu de História Natural de Cleveland, em Cleveland (Estados Unidos)

Museu de História Natural de Cleveland
Créditos: divulgação

Um museu de história natural construído pela DLR Group sobre uma estrutura antiga, com mais de 100 anos de existência, tem um design fantástico inspirado pelas geleiras dos Grandes Lagos, uma série de lagos de água doce interconectados no centro-leste dos EUA, que se conectam ao Atlântico.

As passagens fluidas da estrutura, com uma fachada em formato curvo feita de concreto e fibra de vidro e uma cortina envidraçada cheia de camadas, lembram as formas dos glaciares, e os painéis de vidro que integram o interior e o exterior permitem uma vista para o parque Wade Oval e suas adjacências.

7. Joslyn Art Museum, em Omaha (Estados Unidos)

Joslyn Art Museum
Créditos: divulgação

Por fim, em sétimo lugar, um complexo de grandes estruturas de estilos distintos entre si, composto por um edifício (o Joslyn) de 1931, um prédio de estilo art déco desenvolvido por John e Alan MacDonald; o Pavilhão Walter e Suzanne Scott, desenvolvido pelo escritório Norman Foster; e o Pavilhão Rhonda e Howard Hawks, inaugurado mais recentemente (em 2024), com projeto de Snøhetta.

O edifício Joslyn, com forte influência do estilo Beaux-Arts francês, é inteiro revestido em mármore rosa, e já foi considerado um dos 100 melhores edifícios dos EUA.

O Pavilhão de Scott, edifício retangular que se assemelha a uma caixa, tem salas internas com uma estrutura que lembra uma asa de gaivota.

E o Pavilhão Rhonda e Howard Hawks, adição contemporânea ao complexo, com cerca de 3.900 m², é uma ampliação ao acervo de arte contemporânea. As três estruturas conectam história a modernidade, numa espécie de transição visual entre os estilos mais marcantes de três épocas: o clássico, o moderno e o contemporâneo.

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