As quatro melhores plantas frutíferas que dão em vaso para quem não tem quintal

Cultivar árvores frutíferas sem ter um quintal é possível. Algumas árvores ou pequenos arbustos se dão bem em vasos, e espécies menores podem ser adaptadas ao cultivo em apartamentos, desde que tenham boas condições para se desenvolver, como exposição ao sol e uma boa terra.

Confira uma seleção de quatro árvores frutíferas que podem ser cultivadas dessa forma, como plantá-las e mantê-las.

Limão siciliano

Essa variedade de limão, com casca amarela e níveis menores de acidez, se adapta bem a ambientes domésticos. 

Recomenda-se comprar uma planta já enxertada ao invés de plantar uma semente (que pode levar até oito anos para crescer e dar frutos!). Com a muda enxertada, basta escolher uma planta saudável, sem manchas nas folhas (em um viveiro), e um vaso com tamanho entre 30 e 40 litros, com 40 centímetros de profundidade.

O vaso pode ser de cêramica, barro ou plástico, e é essencial que tenha furos para drenagem da água.

O substrato de terra precisa ter uma parte de terra vegetal (misturas de solo in natura com vegetações decompostas, como galhos e cascas de frutas); uma parte de composto orgânico ou húmus de minhoca; uma parte de areia grossa; e um pouco de farinha de osso, que pode ser substituída por esterco.

É preciso drenar bem o fundo do vaso, usando pedras ou argila. 

Depois de plantar a muda, basta deixá-la onde o sol seja pleno (o limoeiro precisa de 5 a 6 horas de sol direto por dia) e evitar umidade. 

A rega pode ser feita duas ou três vezes por semana. Em climas mais quentes, recomenda-se regar três vezes; em climas mais frios, entre uma ou duas vezes por semana. Para saber se necessita regar, basta enfiar o dedo na terra: se ela estiver seca até 3 centímetros abaixo, é hora da próxima rega. Mas evite encharcar a planta: as raízes podem apodrecer com facilidade.

É bom adubar o limoeiro a cada dois meses, usando húmus, esterco ou compostos orgânicos. Um adubo já rico em nutrientes, como o NPK 10-10-10, também é recomendado. 

Durante a fase de florescimento e frutificação da planta, complemente a adubagem usando potássio, que pode ser feito com a casca de uma banana seca e triturada.

O limão-siciliano pode dar frutos entre um ano e meio e três após o plantio, no outono e no inverno.

Morango

Por ser uma planta de pequeno porte, o morango é ideal para quem tem pouco espaço. 

A forma mais fácil de cultivar é com mudas (evite sementes, porque a germinação é mais lenta).

O vaso deve ter pelo menos 20 centímetros de profundidade e precisa ter furos no fundo para garantir a drenagem da água. Pode ser de plástico, barro, cerâmica ou até jardineiras retangulares, desde que seja largo o suficiente para manter um bom espaçamento entre as plantas (25 a 30 cm entre cada muda). No fundo do vaso, recomenda-se colocar pedras, brita ou argila expandida para melhorar a drenagem e evitar o apodrecimento das raízes.

O substrato ideal para o morango deve ser leve e bem drenado. Uma boa mistura leva uma parte de terra vegetal, uma parte de composto orgânico ou húmus de minhoca, uma parte de areia grossa ou perlita e um punhado de farinha de osso ou cinzas vegetais.

Depois de plantar, escolha um local onde o morango receba pelo menos 4 a 6 horas de sol direto por dia. A planta gosta de ambientes bem iluminados e com boa circulação de ar. Em dias muito quentes e secos, a rega pode ser diária; já em climas mais frios ou úmidos, pode ser feita em dias alternados. 

A adubação deve ser feita a cada 30 a 45 dias, com húmus de minhoca, esterco curtido ou adubos orgânicos prontos. 

A planta pode começar a produzir entre 2 e 3 meses após o plantio da muda, especialmente em regiões de clima ameno. A frutificação costuma acontecer do outono até o início do verão, dependendo da variedade. Os frutos devem ser colhidos assim que estiverem vermelhos e maduros, pois não amadurecem depois de colhidos.

É importante remover folhas secas ou doentes com frequência, e cortar os estolhos (raminhos que a planta solta para se multiplicar) se quiser estimular a produção de frutos. E, se quiser mais mudas, basta deixar alguns estolhos crescerem e replantá-los.

Ah, o morango é sensível a pragas: pulgões, ácaros e fungos podem tornar o cultivo mais trabalhoso. Para evitar, mantenha o solo bem drenado, as folhas secas e a planta arejada, e pulverize de vez em quando com óleo de neem ou chá de camomila, conhecidos por prevenir infestações.

Acerola

A acerola é uma fruta tropical pequena, de casca fina e polpa suculenta, conhecida por ser uma das maiores fontes naturais de vitamina C. Para plantar em vasos, de novo, opte por uma muda já enxertada.

Escolha um recipiente com capacidade mínima de 50 litros e 50 cm de profundidade, com furos no fundo para permitir o escoamento da água. Vasos de barro ou plástico resistente funcionam bem, desde que garantam boa drenagem. No fundo, recomenda-se uma camada de pedras ou argila expandida, coberta por uma manta geotêxtil (ou mesmo um pedaço de pano ou filtro de café) para impedir que a terra escape com a água.

O substrato para a acerola deve ser rico em matéria orgânica. Ela gosta de solos mais ácidos, então é interessante colocar cinzas vegetais, húmus de minhoca ou esterco. 

Depois de plantada, posicione a muda em local com sol pleno: a aceroleira precisa de pelo menos 6 horas de luz solar direta por dia para se desenvolver bem e frutificar. É uma planta que se adapta melhor a climas quentes e úmidos, mas também pode ser cultivada em regiões mais amenas, desde que protegida de geadas e ventos fortes.

A rega deve ser feita de duas a três vezes por semana, dependendo da temperatura e da umidade do ar. 

A aceroleira pode começar a produzir frutos entre 1 e 2 anos após o plantio da muda, especialmente se for enxertada. A frutificação pode ocorrer mais de uma vez ao ano, principalmente em climas quentes com boa irrigação. Cada colheita pode render dezenas de frutinhas por safra, que devem ser colhidas maduras, com coloração vermelho-viva.

Cereja 

A cerejeira também é uma boa opção para plantio em vasos: basta escolher um vaso que tenha entre 40 e 50 cm de diâmetro, com capacidade de 50 litros.

O plantio tem que ser feito no início da primavera ou no outono, e a muda deve ser plantada com a coroa levemente acima do substrato. 

O mais indicado é adquirir uma muda enxertada de variedade anã ou compacta, como a ‘Stella’, ‘Compact Bing’ ou ‘Sweetheart’. Essas variedades são mais adaptadas ao cultivo em vasos, frutificam mais cedo e não crescem tanto quanto as cerejeiras tradicionais. O plantio por semente é possível, mas pouco recomendado para cultivo doméstico, pois leva anos até a frutificação e nem sempre garante frutos comestíveis ou da mesma qualidade da planta original.

A cerejeira gosta de um substrato bem drenado, fértil e levemente ácido, com pH entre 6 e 7. Uma boa mistura inclui uma parte de terra vegetal, uma parte de areia grossa ou perlita e uma parte de composto orgânico (como húmus de minhoca ou esterco bem curtido). A cerejeira é sensível ao encharcamento, por isso a leveza do solo é fundamental.

Posicione o vaso em local com sol pleno: a cerejeira precisa de pelo menos 6 a 8 horas de sol direto por dia para se desenvolver bem. Ela prefere climas mais frios e pode precisar de um período de “horas de frio” para frutificar, dependendo da variedade escolhida. Em regiões de clima tropical ou subtropical, o ideal é optar por espécies adaptadas, como algumas cerejeiras do tipo azeda (Prunus cerasus) ou híbridos tropicais.

A rega deve manter o solo levemente úmido, sem encharcar. No verão, pode ser necessário regar até uma vez ao dia, especialmente se o vaso estiver sob sol intenso. No inverno, a frequência pode cair para uma ou duas vezes por semana. Sempre verifique com o dedo: se os primeiros 2 ou 3 cm da terra estiverem secos, é hora de regar.

A adubação deve ser feita a cada 4 a 6 semanas durante a primavera e o verão, com adubo orgânico ou NPK equilibrado, como 10-10-10. 

Os frutos devem nascer entre dois e quatro anos após o plantio da muda, geralmente no final do inverno e no começo da primavera. No entanto, frutos amadurecem só no fim da primavera. 

A poda é essencial para manter o porte da planta no vaso e estimular a frutificação, e deve ser feita no final do inverno, com a retirada de galhos muito secos ou doentes. 

É importante manter a cerejeira arejada e com boa exposição à luz.

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